Vacinação em Gaza: corrida contra a poliomielite em meio à crise

Tempo de leitura: 2 minutos
Por João Silva
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Vacinas e suprimentos médicos em um armazém caótico

São PauloOrganizações de saúde e grupos de ajuda em Gaza estão agindo rapidamente para conter um surto de poliomielite em meio a uma grande crise de higiene. O conflito contínuo danificou os sistemas de água e saneamento, facilitando a propagação do poliovírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a UNICEF estão liderando os esforços para vacinar crianças menores de dez anos. Eles planejam garantir um cessar-fogo de sete dias para aplicar as vacinas e trazer 1,6 milhão de doses.

Pontos chave:

  • Infraestrutura de água e saneamento destruída, deixando fossas abertas de dejetos humanos.
  • Aproximadamente 225 locais informais de lixo próximos a acampamentos de tendas lotados.
  • Uso de águas residuais para beber e limpar pelas famílias.

Em Gaza, cerca de 50.000 recém-nascidos não receberam a vacina contra a poliomielite desde o início do conflito. Testes de esgoto revelaram a presença do vírus, o que levou a um chamado urgente para vacinações em massa. O alarme foi dado quando amostras de esgoto de seis locais em Khan Younis e Deir al-Balah testaram positivo para uma variante do vírus derivada da vacina. A poliomielite pode se espalhar por água contaminada, alimentos ou contato direto com fezes. Para crianças pequenas, ela pode causar paralisia ou até mesmo a morte, tornando a ação precoce essencial.

Vacinação contra poliomielite em Gaza cai de 99% para 86%

Normalmente, 99% dos habitantes de Gaza estavam vacinados contra a poliomielite. Atualmente, esse índice caiu para 86%, insuficiente para evitar um surto. O objetivo é voltar a mais de 95% de imunização, mas isso se torna difícil devido ao conflito atual. Trabalhadores humanitários destacam a importância de reconhecer os sintomas cedo, já que os profissionais de saúde estão ocupados tratando feridos e outras doenças.

Mercy Corps estima que menos crianças estão sendo vacinadas, colocando muitas delas em risco. O COGAT, o grupo militar israelense responsável por assuntos civis palestinos, está disposto a ajudar na campanha de vacinação. O Hamas também está aberto a um cessar-fogo para permitir a continuidade das vacinas. As negociações sobre o cessar-fogo serão retomadas no Cairo na próxima semana.

Condições de Vida em Gaza Se Agravam

A deterioração da infraestrutura em Gaza está dificultando a vida diária e complicando ainda mais o controle de doenças infecciosas. A falta de saneamento adequado está facilitando a propagação da poliomielite, e sem acesso a água potável ou sistemas de descarte de lixo eficientes, o risco se eleva consideravelmente.

Áreas com programas de imunização deficientes e em conflito, como Ucrânia e Iêmen, têm registrado surtos de poliomielite derivada da vacina. Isso destaca a necessidade urgente de ação em Gaza, onde as condições são tão ruins ou até piores.

Uma ampla campanha de vacinação começará no final de agosto e seguirá até setembro para imunizar 640.000 crianças em duas fases. É crucial agir rapidamente e que diferentes grupos como a OMS, UNICEF e autoridades de saúde locais colaborem para o sucesso dessa iniciativa.

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