Do cativeiro à rejeição: filhos de mães yazidis enfrentam exclusão

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Vila desolada com um parquinho vazio e balanços.

São PauloDez anos após o ataque do Estado Islâmico à comunidade Yazidi, os impactos ainda são sentidos. Cerca de 2.600 Yazidis permanecem desaparecidos. Sobreviventes, incluindo muitas mães, encontram dificuldades para retornar às suas comunidades e reconstruir suas vidas.

A comunidade Yazidi tem se mostrado mais acolhedora com mães que foram sequestradas, mas as crianças nascidas de seus captores do Estado Islâmico ainda são majoritariamente rejeitadas. As tradições Yazidis estipulam que uma pessoa deve ter dois pais Yazidis para ser considerada Yazidi, criando assim um problema para estas crianças.

  • Crianças nascidas de captores do EI são vistas como estrangeiras.
  • A aceitação dessas crianças pode levar ao ostracismo familiar e comunitário.
  • A lei iraquiana exige que essas crianças sejam registradas como muçulmanas.

Mães como K têm enfrentado escolhas difíceis. Ela acabou no campo al-Hol, na Síria, conhecido por abrigar famílias ligadas ao Estado Islâmico. Sua família e a comunidade Yazidi não aceitariam seus filhos. Ela luta para equilibrar sua identidade cultural e o papel de mãe.

Yazda, uma organização que apoia a comunidade Yazidi, destaca problemas contínuos como pessoas desaparecidas, valas comuns e a luta por justiça. Eles enfatizam as necessidades da comunidade, incluindo o tratamento de traumas, a decisão do que fazer com crianças nascidas de pais do EI e encontrar maneiras de lidar com essas questões sem causar danos a ninguém.

Algumas famílias preferem não retornar ao Iraque para permanecerem unidas com seus filhos. Essa decisão é tomada por medo de não serem aceitos pela sociedade. Hussein al Qaidi, que trabalha na busca de Yazidis sequestrados, descreve a dificuldade enfrentada por quem ainda está em lugares como al-Hol. Muitos escondem sua identidade Yazidi para proteger a si mesmos e suas crianças de apoiadores do Estado Islâmico.

Casos Complicados: Solução para Mães Yazidis

Natia Navrouzov da Yazda afirma que esses casos são complexos. Ajudar sem prejudicar a mãe, a criança ou a comunidade é uma tarefa difícil. Hadi Babasheikh sugere que transferir mães e filhos para outros países é a melhor solução. Ele acredita que essa é a única maneira de garantir segurança e aceitação para eles.

Algumas mães Yazidis se afastam de filhos nascidos de militantes do Estado Islâmico. Outras, como K, sentem uma dor profunda devido às escolhas difíceis que têm de fazer. Mulheres como ela refletem as contínuas dificuldades da comunidade Yazidi: lidar com os traumas do passado enquanto enfrentam um futuro incerto e dividido.

Os crimes do Estado Islâmico contra os Yazidis, classificados como genocídio pela ONU, ainda têm consequências severas. O caminho para a recuperação e unidade é árduo, exigindo ajuda tanto interna quanto externa. Esta situação evidencia a necessidade de um apoio global para reconstruir vidas devastadas por esses atos horríveis.

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