Cientistas desvendam genes que afetam a plasticidade sináptica na esquizofrenia
São PauloCientistas da Universidade de Tampere descobriram uma maneira que reduz a capacidade do cérebro de mudar e se adaptar em pessoas com esquizofrenia. Este achado é resultado de um estudo que analisou genes relacionados ao transtorno e investigou como eles afetam as conexões entre as células cerebrais.
Principais descobertas incluem:
- Identificação de três proteínas essenciais para a plasticidade sináptica
- Desenvolvimento de um modelo computacional para testar alterações genéticas e moleculares
- Correlação de variantes genéticas com respostas EEG prejudicadas em pacientes com esquizofrenia
A plasticidade sináptica, que é a capacidade das sinapses de alterarem sua força, é fundamental para a aprendizagem e a memória. Problemas neste processo estão agora intimamente associados à esquizofrenia. Pesquisadores utilizaram modelos computacionais para entender como diferenças genéticas afetam a plasticidade sináptica. Este método proporciona uma visão mais detalhada dos mecanismos celulares envolvidos na esquizofrenia do que as pesquisas anteriores.
Pesquisadores ajustaram escores de risco poligênico de estudos de associação genômica (GWAS) para investigar como genes relacionados à plasticidade influenciam o risco de esquizofrenia. O estudo revelou que algumas variantes genéticas nesses genes estão associadas a respostas visuais deficientes, conforme medido por EEGs. Esta descoberta proporciona uma compreensão genética mais detalhada da esquizofrenia e sugere que a focalização na plasticidade sináptica poderia levar a novos tratamentos.
Essas descobertas são significativas. Os tratamentos atuais para a esquizofrenia geralmente lidam apenas com os sintomas e não abordam as causas genéticas. Ao identificar os genes específicos que afetam as conexões cerebrais, poderíamos desenvolver novos tratamentos que corrijam esses problemas genéticos. Isso pode resultar em formas mais eficazes e personalizadas de tratar a esquizofrenia.
O estudo destaca a importância de novos modelos computacionais na pesquisa psiquiátrica. Experimentos tradicionais têm suas limitações, especialmente em doenças que envolvem muitos genes interagindo. Modelos computacionais conseguem lidar facilmente com essas interações complexas, proporcionando uma compreensão mais clara de como modificações em genes e moléculas levam a sintomas de doenças.
Pesquisadores buscam incorporar fatores ambientais em seus modelos para compreender melhor a esquizofrenia. Esta doença mental é influenciada tanto por genes quanto por elementos do ambiente. Integrar esses fatores ao modelo pode resultar em previsões mais precisas e opções de tratamento mais eficazes. Os modelos atuais serão ampliados para estudar como a genética e os fatores ambientais afetam os sintomas da esquizofrenia.
Descoberta de Mecanismo Crucial Abre Caminho para Novas Pesquisas e Tratamentos da Esquizofrenia
A identificação de um mecanismo que influencia a plasticidade sináptica na esquizofrenia representa um avanço significativo. Isso abre portas para novos estudos e tratamentos, utilizando modelos computacionais avançados para compreender a complexa constituição genética desse grave transtorno.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1073/pnas.2312511121e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Tuomo Mäki-Marttunen, Kim T. Blackwell, Ibrahim Akkouh, Alexey Shadrin, Mathias Valstad, Torbjørn Elvsåshagen, Marja-Leena Linne, Srdjan Djurovic, Gaute T. Einevoll, Ole A. Andreassen. Genetic mechanisms for impaired synaptic plasticity in schizophrenia revealed by computational modeling. Proceedings of the National Academy of Sciences, 2024; 121 (34) DOI: 10.1073/pnas.2312511121Compartilhar este artigo