Petróleo em risco: tensão e ameaças abalam projeto crucial do Níger

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Por João Silva
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Oleoduto ocioso com fundo de paisagem árida.

São PauloNíger enfrenta grandes dificuldades com seu projeto de oleoduto. A China estava apoiando essa iniciativa, que era crucial para o país. O objetivo era exportar até 90 mil barris de petróleo por dia, mas atualmente Níger só consegue refinar 20 mil barris diários.

No entanto, o Níger enfrenta uma série de problemas:

  • Ameaças à segurança de grupos rebeldes locais
  • Tensões diplomáticas com países vizinhos, especialmente o Benim
  • Isolamento econômico após um recente golpe de estado

Salah Mahmoud, um ex-líder rebelde, voltou a combater após a tomada do governo pelo exército em Níger. Isso agrava os problemas de segurança num país já repleto de desafios. Especialistas afirmam que essas complicações prejudicarão ainda mais a economia do Níger, que está lutando sem o apoio de outras nações.

O Banco Mundial previu que a economia do Níger cresceria 6,9% este ano, tornando-se a mais rápida da África. Esperava-se que as exportações de petróleo tivessem um grande impacto nesse crescimento. No entanto, a interrupção da operação do oleoduto agora coloca essa melhoria econômica em risco.

Em julho, as relações com o Benin pioraram após o presidente do Níger, Mohamed Bazoum, ser deposto em um golpe. Países vizinhos na África Ocidental fecharam suas fronteiras com o Níger, o que resultou na formação de um grupo rebelde local. Esse grupo ameaçou realizar mais ataques ao projeto de petróleo.

Benim reabre sua fronteira, mas Níger mantém a sua fechada. Autoridades nigerinas afirmam que Benim está hospedando tropas francesas, o que consideram uma ameaça. Níger encerrou sua cooperação militar com a França. O Presidente de Benim, Patrice Talon, declarou que as exportações de petróleo através do porto de Benim dependem da reabertura da fronteira.

Ambos países enfrentam dificuldades econômicas. Benim está perdendo milhões em taxas de trânsito. O impasse está aumentando as tensões regionais. A CEDEAO geralmente ajuda a resolver esses problemas, mas o Níger continua isolado. As relações se tornaram tensas porque o Níger está se aproximando da Rússia, enquanto o Benim está alinhado com a França e o bloco da África Ocidental.

China tentou proteger seu investimento no oleoduto, mas a situação piorou apesar dos esforços. Em maio, a China conseguiu iniciar a produção de petróleo no campo de Agadem. Contudo, Benin recentemente prendeu três dos cinco trabalhadores de petróleo do Níger, acusando-os de utilizarem dados de computador falsos após cruzarem a fronteira. Isso levou o Níger a fechar o oleoduto, com um alto funcionário afirmando que seu petróleo estava sendo roubado.

Ryan Cummings, diretor da empresa de segurança Signal Risk, especializada na África, afirmou que a única solução é o diálogo direto entre os dois governos. O impasse atual prejudica a economia do Níger e também contribui para a instabilidade na região.

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