Novas imagens de 'super-Júpiter' pelo JWST transformam pesquisa sobre exoplanetas.
São PauloAstrônomos utilizaram o Telescópio Espacial James Webb (JWST) para fotografar um novo exoplaneta que orbita uma estrela no sistema triplo próximo, Epsilon Indi. O planeta, denominado Eps Ind Ab, é um super-Júpiter frio, com temperatura em torno de 0 graus Celsius e uma órbita grande, semelhante à de Netuno. Essa descoberta foi possível graças à imagem térmica infravermelha avançada do JWST. Elisabeth Matthews, a pesquisadora principal do Instituto Max Planck de Astronomia, informou que o planeta não estava onde estudos anteriores previam, pois subestimaram sua massa e distância orbital.
Principais descobertas:
- Primeiro exoplaneta fotografado pelo JWST, sem imagens anteriores obtidas da Terra
- Temperatura em torno de 0 graus Celsius
- Órbita elíptica e excêntrica entre 20 e 40 unidades astronômicas
- Massa seis vezes maior que a de Júpiter
Essa descoberta é significativa porque indica que podemos encontrar muitos mais planetas semelhantes. Técnicas comuns como trânsito e velocidade radial geralmente não detectam esses gigantes gasosos frios, pois estão distantes de suas estrelas hospedeiras e possuem órbitas longas. Por exemplo, o Eps Ind Ab leva cerca de 200 anos para completar uma órbita, tornando seu estudo difícil em um curto período.
Instrumento MIRI do JWST Captura Imagem Clara de Exoplaneta
O Instrumento de Infravermelho Médio (MIRI) do JWST obteve uma imagem nítida de Eps Ind Ab usando um coronógrafo, que bloqueia a luz da estrela hospedeira brilhante. Isso é crucial, pois a estrela geralmente dificulta a visualização de objetos próximos. Epsilon Indi está a apenas 12 anos-luz da Terra, o que também facilitou a captura da imagem. A imagem direta ajuda os cientistas a estudarem a atmosfera do exoplaneta e a compreenderem o desenvolvimento dos sistemas planetários.
Os próximos passos envolvem obter dados detalhados para aprender mais sobre o clima e os elementos químicos do planeta. Imagens anteriores sugerem a presença de elementos pesados, como o carbono, mas precisamos estudar mais. Essa descoberta abre caminho para uma busca mais ampla por gigantes gasosos frios, ajudando-nos a entender como eles se formam e evoluem.
As ferramentas e métodos utilizados demonstram como a nova tecnologia pode corrigir erros do passado. Estudos anteriores que usavam medições de velocidade radial não forneciam informações precisas devido à falta de dados suficientes. O JWST agora oferece detalhes exatos.
A descoberta de um novo exoplaneta demonstra como telescópios avançados como o JWST podem localizar e estudar planetas que métodos antigos não conseguem. É um grande avanço na compreensão dos gigantes gasosos e sua função nos sistemas planetários. O potencial para novas descobertas é imenso e pode levar a desenvolvimentos emocionantes nesse campo.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1038/s41586-024-07837-8e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
E. C. Matthews, A. L. Carter, P. Pathak, C. V. Morley, M. W. Phillips, S. Krishanth P. M, F. Feng, M. J. Bonse, L. A. Boogaard, J. A. Burt, I. J. M. Crossfield, E. S. Douglas, Th. Henning, J. Hom, C.-L. Ko, M. Kasper, A.-M. Lagrange, D. Petit dit de la Roche, F. Philipot. A temperate super-Jupiter imaged with JWST in the mid-infrared. Nature, 2024; DOI: 10.1038/s41586-024-07837-8Compartilhar este artigo