Descoberta de novos alvos para deter a hepatite crônica: o papel crucial da proteína A20

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Células microscópicas destacando proteínas-alvo A20 DCLK1.

São PauloA doença hepática crônica (DHC) é um grave problema de saúde global. Ela pode evoluir para câncer de fígado ou insuficiência hepática. A DHC envolve inchaço e cicatrização dos tecidos, com células específicas do fígado chamadas células estreladas hepáticas (HSCs) desempenhando um papel crucial nesse processo. Pesquisadores da Universidade de Medicina e Odontologia de Tóquio (TMDU) descobriram que uma proteína chamada A20 é importante na inflamação associada à DHC.

Um estudo revelou que a proteína A20 ajuda a reduzir a inflamação. Pesquisas anteriores indicaram que camundongos sem a proteína A20 desenvolviam inflamações severas. Alterações no gene A20 também provocaram hepatite autoimune. Isso motivou a equipe da Universidade de Tóquio a investigar o papel do A20 nas HSCs durante a hepatite crônica. Eles criaram um modelo especial de camundongos onde 80% a 90% das HSCs não possuíam A20.

Principais constatações do estudo:

Ratos knockout apresentaram inflamação e leve fibrose espontaneamente, demonstrando que A20 ajuda a prevenir a inflamação. A análise de RNA mostrou que os HSCs sem A20 tinham expressão gênica indicando inflamação, incluindo níveis anormais de quimiocinas. Estudos com a linha celular humana de HSC LX-2 corroboraram esses achados.

Os pesquisadores descobriram que a proteína A20 impede o DCLK1 de ativar a via de sinalização JNK, que é conhecida por aumentar os níveis de quimiocinas e causar inflamação. Quando o DCLK1 foi inibido em células sem A20, os níveis de quimiocinas diminuíram. Isso demonstra que a A20 está ligada ao controle da inflamação através da via DCLK1-JNK.

Essas descobertas são significativas. Elas indicam que focar em A20 ou DCLK1 pode ajudar na criação de novos tratamentos para a hepatite crônica. Compreender como o A20 regula a inflamação nos permite desvendar os processos moleculares por trás das doenças hepáticas crônicas. Essas informações podem levar a avanços importantes no tratamento.

  • Novos alvos farmacológicos: Desenvolver terapias que aumentem a atividade da proteína A20 ou inibam a DCLK1.
  • Medicina personalizada: Utilizar informações genéticas sobre variantes da A20 para personalizar tratamentos para hepatite autoimune.
  • Melhor gestão da doença: Identificar pacientes com maior risco de desenvolver doenças hepáticas crônicas severas pode levar a estratégias de monitoramento e tratamento mais eficazes.

Este estudo demonstra que novos tratamentos direcionados a A20 e DCLK1 podem ser benéficos para a hepatite crônica. Ao focar nessas vias moleculares, podemos reduzir a inflamação e cicatrização típicas da doença hepática crônica, o que pode resultar em melhores resultados para muitos pacientes ao redor do mundo.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1096/fj.202400109R

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Keiya Watakabe, Masato Miyoshi, Sei Kakinuma, Ayako Sato, Jun Tsuchiya, Taro Shimizu, Tomohiro Mochida, Kento Inada, Shun Kaneko, Fukiko Kawai‐Kitahata, Miyako Murakawa, Sayuri Nitta, Mina Nakagawa, Shigeru Oshima, Mamoru Watanabe, Averil Ma, Yasuhiro Asahina, Ryuichi Okamoto. A20 in hepatic stellate cells suppresses chronic hepatitis by inhibiting DCLK1–JNK pathway‐dependent chemokines. The FASEB Journal, 2024; 38 (13) DOI: 10.1096/fj.202400109R
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