Novo estudo: sono é uma atividade social para muitos animais, revela pesquisa.

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Por João Silva
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Animais dormindo juntos em um ambiente natural.

São PauloPesquisas recentes indicam que o sono é uma atividade social para muitos animais, e não apenas um momento individual. Isso desafia a ciência tradicional do sono. Embora muitos animais durmam em grupo, a maioria dos estudos analisa o sono como algo realizado sozinho, geralmente com apenas um animal em um laboratório. Para compreender verdadeiramente o lado social do sono, é necessário estudar os animais em seus ambientes naturais.

Dormir em grupo pode influenciar vários aspectos do sono, como:

  • Horários e padrões de sono
  • Duração do sono
  • Profundidade do sono

Nos suricatos, o grupo decide quando dormir. Os babuínos-oliva dormem menos quando o grupo é maior. As abelhas dormem menos quando têm crias por perto. Camundongos têm sono REM sincronizado quando dormem juntos. Esses exemplos mostram que os contextos sociais influenciam fortemente os hábitos de sono.

Cientistas Pritish Chakravarty e Margaret Crofoot afirmam que precisamos estudar grupos de animais dormindo em seus ambientes naturais para compreender de fato seus comportamentos de sono e sociais. Eles sugerem o uso de ferramentas como acelerômetros vestíveis ou implantáveis e monitoramento por vídeo para obter dados mais precisos.

Analisando padrões de sono junto com redes sociais, podemos entender como comportamentos grupais, como hierarquia ou laços familiares, afetam o sono. Essa abordagem nos permite compreender melhor como o sono e os grupos sociais influenciam uns aos outros na natureza e na evolução.

Compreender como o sono afeta as interações sociais pode trazer inúmeros benefícios. Isso pode mudar atividades essenciais em grupo, como colaboração e tomada de decisões. Explorando a conexão entre sono e vida social, podemos descobrir papéis e mudanças úteis relacionados ao sono que não são perceptíveis em estudos realizados em ambientes controlados.

A pesquisa sobre o sono social não se limita aos animais. Ela pode nos ajudar a entender melhor o sono humano, especialmente como os ambientes sociais influenciam nosso sono e saúde. Esse conhecimento pode revolucionar o tratamento dos distúrbios do sono, considerando não apenas os hábitos individuais, mas também os efeitos das interações sociais.

Ao estudarem os aspectos sociais do sono, os pesquisadores podem compreender melhor como sono, comportamento e ambientes sociais estão interligados. Isso nos ajuda a entender a importância do sono e a encontrar maneiras de melhorar o bem-estar de animais e pessoas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.tree.2024.07.011

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Pritish Chakravarty, Alison M. Ashbury, Ariana Strandburg-Peshkin, Josefine Iffelsberger, Aya Goldshtein, Caroline Schuppli Katherine R.s. Snell, Marie J.e. Charpentier, Chase L. Núñez, Giulia Gaggioni, Nadja Geiger, Daniela C. Rößler, Gabriella Gall, Pei-Pei Yang, Barbara Fruth, Roi Harel, Margaret C. Crofoot. The sociality of sleep in animal groups. Trends in Ecology & Evolution, 2024 DOI: 10.1016/j.tree.2024.07.011
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