Novo estudo: como o gene SH2B1 ligado à obesidade influencia o funcionamento do cérebro

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Ilustração genética impactando as áreas de fome e metabolismo do cérebro.

São PauloA obesidade é uma condição influenciada por fatores genéticos, ambientais, comportamentais e outros. O gene SH2B1 desempenha um papel importante no controle do apetite. Alterações no SH2B1 estão associadas à obesidade, diabetes tipo 2 e doenças hepáticas. O cientista Dr. Liangyou Rui e sua equipe descobriram como esse gene atua no cérebro.

A equipe de Rui descobriu que a proteína SH2B1 atua no hipotálamo paraventricular (HPV), que controla a pressão arterial e os níveis de fluidos no corpo. O estudo também revela que SH2B1 auxilia na formação de uma conexão com o núcleo dorsal da rafe no tronco cerebral. Essa conexão é crucial para manter a energia equilibrada e gerenciar o peso corporal.

  • SH2B1 regula a alimentação e o gasto energético.
  • Ele atua no hipotálamo paraventricular.
  • Faz conexão com o núcleo dorsal da rafe.
  • Esse circuito controla o apetite e o peso corporal.
  • Estimular SH2B1 suprime o apetite em camundongos.

Quando o gene SH2B1 é desativado na região do PVH do cérebro, os ratos desenvolvem obesidade. Essa descoberta tem grande relevância para a saúde humana. O SH2B1 auxilia a sinalização do BDNF/TrkB, essencial para o crescimento e bem-estar do cérebro. Interferir nesse processo pode resultar em obesidade e doenças metabólicas. A inflamação provocada pelo ganho de peso pode enfraquecer ainda mais essa via, levando à compulsão alimentar.

Rui afirma que a SH2B1 funciona da mesma maneira em diferentes espécies, incluindo humanos e moscas-das-frutas. Esse gene favorece a comunicação celular e a ação de hormônios como a leptina e a insulina, que são responsáveis pelo controle da fome e do metabolismo. Potencializar a proteína SH2B1 não apresenta efeitos colaterais conhecidos, ao contrário de medicamentos como Ozempic ou Mounjaro, que atuam nos receptores GLP-1.

Rui afirmou que aumentar a atividade da SH2B pode ser muito eficaz no tratamento da obesidade e doenças relacionadas. Isso poderia representar um grande avanço, já que os tratamentos atuais para obesidade frequentemente apresentam efeitos colaterais.

O uso prático ainda está distante. Mais pesquisas são necessárias para encontrar maneiras seguras de aumentar a atividade do SH2B1 em pessoas. Essa descoberta pode levar a tratamentos melhores e mais seguros para a obesidade, beneficiando muitas pessoas ao redor do mundo.

Esta descoberta é empolgante porque oferece uma nova abordagem para tratar a obesidade. Muitos medicamentos atuais têm efeitos colaterais que dificultam seu uso. Se conseguirmos aumentar a atividade da SH2B1 de forma segura, isso pode revolucionar o tratamento da obesidade. O papel da SH2B1 na sinalização cerebral também mostra que a obesidade é mais complexa do que apenas força de vontade ou dieta. Envolve processos biológicos complexos que estamos apenas começando a entender.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1002/advs.202400437

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yuan Li, Min‐Hyun Kim, Lin Jiang, Lorelei Baron, Latrice D. Faulkner, David P. Olson, Xingyu Li, Noam Gannot, Peng Li, Liangyou Rui. SH2B1 Defends Against Energy Imbalance, Obesity, and Metabolic Disease via a Paraventricular Hypothalamus→Dorsal Raphe Nucleus Neurocircuit. Advanced Science, 2024; DOI: 10.1002/advs.202400437
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