Novo estudo: sinal intestinal atrapalha queima de gordura durante o jejum

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Por Chi Silva
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Molécula sinalizadora do intestino desacelera o metabolismo de gordura durante o jejum.

São PauloPesquisadores do Scripps Research descobriram uma nova maneira de como a queima de gordura é controlada durante o jejum. Eles identificaram que uma pequena molécula produzida nos intestinos de vermes C. elegans é extremamente importante. Esta molécula, um tipo de insulina chamada INS-7, viaja até o cérebro e inibe um hormônio queimador de gordura chamado FLP-7, o que por sua vez diminui o metabolismo de gordura quando não há ingestão de alimentos.

O estudo revela como o intestino e o cérebro se comunicam, mostrando que não se trata apenas de calorias. Descobertas significativas da pesquisa incluem:

  • A INS-7 é produzida pelas células intestinais durante o jejum e bloqueia os receptores de insulina no cérebro, o que contraria as moléculas de insulina anteriormente descobertas que ativam esses receptores.
  • Esse bloqueio dos receptores de insulina desencadeia uma reação em cadeia que eventualmente interrompe a produção do hormônio queimador de gordura FLP-7 nas células cerebrais.
  • A descoberta sugere que o intestino envia sinais ao cérebro para conservar as reservas de gordura quando há falta de ingestão de alimentos.

Essa pesquisa pode ser crucial para humanos e outros mamíferos. O hormônio insulina, normalmente conhecido por regular o açúcar no sangue, agora foi identificado também como agente no metabolismo de gorduras. Essas novas descobertas podem ser fundamentais para desenvolver tratamentos para condições como obesidade e síndrome metabólica, particularmente se os humanos possuírem moléculas de insulina semelhantes no intestino.

Entender a interação entre o intestino e o cérebro no controle do metabolismo de gorduras pode auxiliar no gerenciamento do peso. Medicamentos que imitam hormônios intestinais, como o semaglutida, já têm sido eficazes no tratamento da obesidade e diabetes. Descobrir novos peptídeos intestinais pode resultar em mais medicamentos nessa categoria, possivelmente com menos efeitos colaterais.

A descoberta de que o cérebro interrompe a quebra de gordura através de um sinal do intestino durante o jejum pode ajudar a explicar alguns dos benefícios à saúde associados ao jejum. Isso indica que o jejum ativa respostas biológicas complexas além de apenas reduzir a ingestão de calorias. Cientistas podem descobrir que diferentes horários de jejum podem ser ajustados para obter os maiores benefícios à saúde.

Pesquisadores financiados pelos Institutos Nacionais de Saúde estão estudando como as células intestinais detectam quando estamos em jejum e produzem uma molécula chamada INS-7. Eles também planejam procurar sinais semelhantes em mamíferos, o que pode levar a novos tratamentos para o gerenciamento do metabolismo. Esta pesquisa destaca o papel crucial da comunicação entre o intestino e o cérebro na nossa saúde metabólica.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-51077-3

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Chung-Chih Liu, Ayub Khan, Nicolas Seban, Nicole Littlejohn, Aayushi Shah, Supriya Srinivasan. A homeostatic gut-to-brain insulin antagonist restrains neuronally stimulated fat loss. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-51077-3
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