Novo estudo: agricultura intensiva aumenta risco de pandemias futuras? Veja o que descobriram

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Ana Silva
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Animais de fazenda superlotados em um espaço confinado.

São PauloA criação de um grande número de animais em espaços confinados pode aumentar a probabilidade de novas pandemias. Cientistas da Universidade de Exeter afirmam que as fazendas industriais de grande porte talvez não sejam tão seguras quanto imaginávamos. Apesar dessas fazendas possuírem melhores controles e segurança, o novo estudo destaca que ainda existem riscos, principalmente devido a fatores sociais e econômicos.

Professor Steve Hinchliffe comenta que a pandemia de COVID-19 despertou maior interesse nas doenças que saltam de animais para humanos. Essas doenças se tornam mais frequentes à medida que humanos e animais têm mais contato e quando alteramos o uso do solo.

Principais pontos do estudo:

  • Os efeitos da intensificação da agricultura são incertos e podem aumentar os riscos de doenças infecciosas emergentes (DIE).
  • Fatores sociais, econômicos e políticos precisam de mais atenção.
  • A degradação ambiental devido à intensificação agrícola é uma preocupação.

O professor Hinchliffe explica que a agricultura intensiva busca manter o gado afastado da vida selvagem para reduzir o risco de doenças. No entanto, esse método não é infalível. Estruturas como edifícios e cercas nas fazendas podem se romper, permitindo a entrada de animais como ratos e pássaros. Além disso, a movimentação dos trabalhadores pode aumentar o risco de acidentes.

Intensificação da Agricultura: Desafios e Diferenças Regionais

O estudo revela que a intensificação agrícola cria uma situação complexa. Diferentes métodos e tipos de cultivo podem gerar problemas diversos. A pesquisa também destaca os custos de biosegurança, que são difíceis de administrar para algumas fazendas. A estrutura das fazendas varia conforme a região, afetando a biosegurança. Fazendas europeias geralmente têm construções antigas, enquanto as dos EUA costumam usar estruturas ao ar livre; em áreas subtropicais, é necessário equilibrar a biosegurança com a prevenção de superaquecimento dos animais.

O artigo aborda temas como:

  • Custos de biossegurança em diferentes regiões
  • Estruturas agrícolas antigas na Europa
  • Construções de concreto a céu aberto nos EUA
  • Equilíbrio entre biossegurança e superaquecimento de animais em regiões subtropicais

Pesquisadores destacam que grandes empresas de alimentos frequentemente têm ligações estreitas com as autoridades nacionais. Essa conexão dificulta a separação de interesses. Segundo o Dr. Kin Wing (Ray) Chan, o aumento da biossegurança nas fazendas não é uma solução completa. Precisamos refletir sobre como a pecuária intensiva impacta a sociedade e a cultura, envolvendo a saúde global, a sustentabilidade ambiental e o bem-estar animal.

Intensificação Agrícola: Desafios e Perigos

A intensa utilização de práticas agrícolas pode não ser tão segura quanto muitos imaginam. Há diversos fatores que podem causar problemas. Medidas de biossegurança nem sempre são eficazes, além dos altos custos sociais e econômicos. É essencial considerar não apenas a disseminação de doenças e a eficiência agrícola, mas resolver esses problemas se torna crucial para prevenir futuras pandemias.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1098/rsos.231709

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Stephen Hinchliffe, Alex Blanchette, Kin Wing (Ray) Chan, Chris Degeling, Jody Emel, Melissa Leach, Ian Scoones, Michael Winter. Understanding the roles of economy and society in the relative risks of zoonosis emergence from livestock. Royal Society Open Science, 2024; 11 (7) DOI: 10.1098/rsos.231709
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