Traçando um caminho justo para a pesquisa de DNA e DNA antigo na África

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Por Alex Morales
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Continente africano com cadeias de DNA interligadas e pontos turísticos

São PauloUm novo artigo no The American Journal of Human Genetics aborda o futuro da pesquisa de DNA e DNA antigo na África. Ele destaca a importância de métodos justos e inclusivos. O artigo, elaborado por uma equipe de 36 cientistas liderada pela Dr. Elizabeth Sawchuk e Dr. Kendra Sirak, enfatiza que estudar o DNA de povos africanos antigos e modernos é essencial para compreender a evolução humana e a história, devido à diversidade genética única do continente africano.

Cientistas africanos frequentemente enfrentam sub-representação em projetos de pesquisa. O Dr. Sawchuk observa que muitos acadêmicos africanos não conseguem comparecer a conferências na América do Norte e Europa devido a diversas barreiras, o que limita suas oportunidades de liderar e colaborar em pesquisas importantes. Realizar conferências na África pode ajudar a resolver esse problema.

Aqui estão alguns problemas fundamentais destacados pelos cientistas:

  • Falta de oportunidades de treinamento acessíveis
  • Comunicação ineficaz entre cientistas e o público
  • Histórico de práticas de pesquisa exploratórias na África

Um workshop intitulado "DNAirobi" aconteceu no Museu Nacional do Quênia. O evento reuniu especialistas de diversas instituições globais para discutir o futuro da pesquisa de DNA e DNA antigo voltada para a história populacional na África.

O estudo aborda as preocupações éticas desse tipo de pesquisa. A pesquisa genômica impacta tanto as pessoas vivas quanto aquelas já falecidas e deve ser conduzida através de parcerias equitativas. Os autores afirmam que regulamentos feitos em outras regiões podem não ser adequados para a África.

A Dra. Sirak, da Universidade de Harvard, afirma que precisamos fazer mudanças para criar um ambiente de pesquisa mais acolhedor. Ela acredita que são necessárias mais oportunidades de treinamento e uma comunicação mais eficaz. Além disso, é essencial lidar com práticas injustas do passado para construir confiança.

O artigo não define um único caminho a seguir. Pelo contrário, propõe vários marcos para orientar futuras pesquisas:

  • Mudança nos métodos de comunicação
  • Reimaginação das parcerias equitativas
  • Aprimoramento da alfabetização científica

Dra. Christine Ogola do Museu Nacional do Quênia afirma que resolver grandes problemas é crucial para um trabalho eficaz. Ela acredita que devemos primeiro focar no desenvolvimento de competências antes de estabelecer laboratórios de pesquisa avançada. Apoiar líderes de pesquisa a longo prazo é essencial.

Os autores incentivam laboratórios e entidades financiadoras a disponibilizarem mais recursos para pesquisadores africanos. O Dr. Emmanuel Ndiema destaca que o investimento em treinamento e recursos comunitários ajudará a promover estudos liderados por africanos no futuro. Este investimento é crucial não apenas para a pesquisa genética, mas também para o desenvolvimento geral das habilidades científicas na África.

O artigo destaca um ponto crucial: o futuro da pesquisa sobre DNA e DNA antigo na África depende de práticas justas, parcerias éticas e do desenvolvimento de habilidades locais.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.ajhg.2024.05.019

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Elizabeth A. Sawchuk, Kendra A. Sirak, Fredrick K. Manthi, Emmanuel K. Ndiema, Christine A. Ogola, Mary E. Prendergast, David Reich, Eva Aluvaala, George Ayodo, Lamine Badji, Nancy Bird, Wendy Black, Rosa Fregel, Njeri Gachihi, Victoria E. Gibbon, Agness Gidna, Steven T. Goldstein, Reem Hamad, Hisham Y. Hassan, Vanessa M. Hayes, Garrett Hellenthal, Solomon Kebede, Abdikadir Kurewa, Chapurukha Kusimba, Elizabeth Kyazike, Paul J. Lane, Scott MacEachern, Diyendo Massilani, Emma Mbua, Alan G. Morris, Christina Mutinda, Freda Nkirote M’Mbogori, Austin W. Reynolds, Sarah Tishkoff, Miguel Vilar, Getnet Yimer. Charting a landmark-driven path forward for population genetics and ancient DNA research in Africa. The American Journal of Human Genetics, 2024; 111 (7): 1243 DOI: 10.1016/j.ajhg.2024.05.019
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