Dentro da Rússia de Putin: aumento de casos de traição e espionagem

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Por Ana Silva
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Bandeira russa com fundo de tribunal e documentos jurídicos.

São PauloNos últimos anos, houve um aumento significativo nos casos de traição e espionagem na Rússia. Há trinta anos, esses casos eram raros, com poucos registros a cada ano. Agora, após a invasão da Ucrânia em 2022, a situação mudou. O governo está processando tanto cidadãos quanto estrangeiros, incluindo críticos do Kremlin, jornalistas e cientistas.

Vítimas recentes incluem:

  • Ivan Safronov, ex-jornalista militar, condenado a 22 anos de prisão.
  • Dmitry Kolker, físico, preso enquanto lutava contra o câncer e que veio a falecer posteriormente.
  • Valery Golubkin, físico, condenado a 12 anos de prisão.
  • Ksenia Khavana, acusada de doar $51 para uma instituição de caridade nos Estados Unidos que ajuda a Ucrânia.
  • Paul Whelan, executivo de segurança corporativa norte-americano, condenado a 16 anos por espionagem.

Diversos casos de traição agora envolvem ajudar grupos estrangeiros como parte do crime. Essa definição ampla tem resultado em muitas prisões contestadas. O presidente Putin apoiou essas mudanças para limitar a dissidência e a influência estrangeira.

O Serviço Federal de Segurança (FSB) desempenha um papel crucial nesses julgamentos, que ocorrem secretamente na Prisão de Lefortovo. A maioria das pessoas é considerada culpada e condenada a longas penas de prisão. Grupos de direitos humanos documentaram mais de 100 casos conhecidos em 2023, embora possam existir muitos outros casos desconhecidos.

Aumenta o Número de Casos de Traição

O número de casos de traição aumentou por vários motivos. Após a Rússia assumir o controle da Crimeia em 2014, a aversão ao Ocidente cresceu. Putin instruiu os serviços de segurança a agirem com rigor contra qualquer ameaça. Isso resultou em mais pessoas sendo acusadas de traição.

O FSB frequentemente mira cientistas que trabalham em projetos ligados ao setor militar. Cientistas como Safronov e Kolker estavam envolvidos em pesquisas com possíveis aplicações militares. Algumas pessoas afirmam que esses casos servem para mostrar o avanço da Rússia e sugerem que outros países estão tentando roubar seus segredos.

Após 2022, os escritórios locais do FSB começaram a lidar com mais casos de traição. Funcionários desses escritórios podem estar tentando obter promoções ou ganhar a aprovação de seus superiores. Isso resultou em mais prisões.

Essas acusações prejudicam a liberdade de expressão e a pesquisa científica. Muitas pessoas presas por traição estavam apenas cumprindo suas funções, como escrever sobre o setor militar ou colaborar com colegas internacionais. Agora, qualquer pessoa que tenha relações com partes estrangeiras teme ser presa.

Especialistas afirmam que essas ações indicam que o FSB considera o regime frágil. Problemas políticos, como a recente guerra na Ucrânia, reforçam essa percepção. Os serviços de segurança podem realmente acreditar que o regime está em risco, levando-os a agir de maneira mais severa.

A situação atual na Rússia se assemelha à época de Stalin, com julgamentos secretos e punições severas. Isso indica que o país está se tornando mais paranoico e repressivo sob a liderança de Putin.

Atualmente, na Rússia, não há clareza sobre quais atos são considerados traição. Isso resultou em um aumento nos casos de traição e espionagem, afetando a vida de muitas pessoas. Essa tendência é preocupante para o estado da liberdade e da lei no país.

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