Telescópios Hubble e Webb descobrem disco de detritos surpreendente e suave ao redor de Vega

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Por João Silva
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Ilustração de Vega com disco de detritos contínuo.

São PauloTelescópios Hubble e James Webb da NASA estudam a fundo disco de detritos ao redor de Vega

Os telescópios espaciais Hubble e James Webb, da NASA, analisaram detalhadamente o disco de detritos ao redor da estrela Vega e descobriram características surpreendentes. Vega, localizada na constelação de Lyra, tem 450 milhões de anos. Esses achados levantam novas questões sobre como esses discos se formam e se comportam em torno das estrelas.

Principais descobertas do estudo incluem:

  • O disco de detritos de Vega é excepcionalmente homogêneo, sem sinais planetários distintos.
  • Existe uma discreta abertura a cerca de 60 UA de Vega, sugerindo alguma influência gravitacional.
  • As partículas de poeira do disco estão organizadas por tamanho, influenciadas pela pressão da luz estelar.

Disco ao redor da estrela intrigantemente suave intriga cientistas

O disco circumstelar ao redor da estrela mostrou-se surpreendentemente suave, um fenômeno raro, uma vez que essas estruturas geralmente revelam indícios de formação planetária ou a presença de grandes objetos que as perturbam. Em outros sistemas estelares, características semelhantes têm auxiliado cientistas na descoberta de planetas, ao observarem lacunas ou aglomerações de poeira. Um caso exemplar é Fomalhaut, uma estrela próxima, conhecida por seu cinturão de detritos bem definido. A ausência de grandes planetas distantes de Vega altera as percepções científicas sobre o modo como tais discos se formam e evoluem.

A lacuna a 60 UA pode sugerir a presença de planetas menores ou outros fatores que afetam o movimento do disco. A ausência de grandes planetas torna difícil sustentar modelos que afirmam que corpos grandes são necessários para organizar esses sistemas. A estrutura do disco de Vega indica que pode haver outras formas de controlar o movimento da poeira sem precisar de planetas grandes.

Como funcionam os discos circumestelares

A distribuição de partículas de poeira, desde grãos de areia até partículas minúsculas semelhantes a fumaça, nos ajuda a compreender o funcionamento dos discos circumestelares. A intensa luz da estrela Vega separa essas partículas conforme seu tamanho, evidenciando como diferentes regras se aplicam dentro do disco. As observações feitas pelos telescópios Hubble e Webb oferecem informações mais claras do que qualquer telescópio anterior poderia fornecer.

As descobertas sobre a Vega levantam questões intrigantes sobre a formação de planetas ao seu redor. Caso seja confirmado que não há grandes planetas em torno de Vega, isso pode indicar que o ambiente ao redor da estrela, ou a própria estrela, segue um caminho distinto em termos de formação planetária. Embora Vega seja similar a Fomalhaut, seu disco está organizado de maneira diferente. Essa diferença leva os cientistas a repensarem a interação e a evolução de planetas e discos ao longo do tempo. Aprofundar o estudo do disco de Vega pode transformar nossa compreensão sobre a formação de planetas, destacando a grande variedade e complexidade dos sistemas planetários no universo.

O estudo é publicado aqui:

https://arxiv.org/html/2410.24042v1

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Schuyler Wolff et al. Deep Search for a scattered light dust halo around Vega with the Hubble Space Telescope. The Astrophysical Journal (in press), 2024 [abstract]
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