Desvendando o papel do polifosfato na proteção contra doenças neurodegenerativas

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Por João Silva
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Cérebro com conexões neurais vibrantes e elementos brilhantes.

São PauloPesquisa da Universidade de Michigan, liderada por Ursula Jakob, pode transformar nossa compreensão sobre doenças como Alzheimer e Parkinson. O estudo destaca a importância do polifosfato, uma substância biológica, nas pequenas estruturas conhecidas como fibrilas, relacionadas a essas doenças. Cientistas já sabem há algum tempo que fibrilas se formam a partir de proteínas amiloides e se acumulam no cérebro de pessoas com essas doenças. No entanto, o impacto exato delas no desenvolvimento das doenças ainda não está totalmente esclarecido.

Os principais avanços na pesquisa são:

Identificação do polifosfato como a possível 'densidade misteriosa' dentro dos fibrilos. Uso da crio-microscopia eletrônica (crio-EM) para investigar as estruturas dos fibrilos em nível molecular. Simulações demonstram o papel do polifosfato na estabilização dos fibrilos e na proteção dos neurônios.

Descoberta Revela Potencial Protetor do Polifosfato no Cérebro

Esta descoberta abre um caminho promissor, mas também evidencia a complexidade do cérebro humano e os desafios que os cientistas enfrentam ao tentar entender a atuação do polifosfato nele. Testes de laboratório sugerem que o polifosfato pode ajudar a estabilizar esses fibrilas, possivelmente reduzindo seu efeito prejudicial sobre as células cerebrais. Além disso, há indícios de que a quantidade de polifosfato diminui à medida que os ratos envelhecem, sugerindo um possível papel protetor contra doenças cerebrais.

Equipe de Jakob ainda não conseguiu extrair polifosfato das fibrilas retiradas de pacientes, dificultando a confirmação de que o polifosfato é responsável pela densidade desconhecida. Para apoiar sua teoria, eles usaram modelos computacionais e modificaram a estrutura das fibrilas. Demonstraram que alterar os aminoácidos nas fibrilas interfere na ligação do polifosfato.

Manter os níveis adequados de polifosfato no cérebro pode auxiliar no desaceleramento de doenças neurodegenerativas. Contudo, comprovar essa hipótese exigirá um grande investimento em pesquisas. À medida que os cientistas compreendem mais sobre essas doenças, é possível que o papel do polifosfato se revele apenas uma pequena parte de um quadro maior.

O estudo, financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde e realizado por várias instituições renomadas, evidencia o quanto ainda precisamos aprender. A descoberta de novas partes dos fibrilas pode, no futuro, levar a tratamentos mais eficazes, um passo essencial na luta contra essas doenças graves.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pbio.3002650

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Philipp Huettemann, Pavithra Mahadevan, Justine Lempart, Eric Tse, Budheswar Dehury, Brian F. P. Edwards, Daniel R. Southworth, Bikash R. Sahoo, Ursula Jakob. Amyloid accelerator polyphosphate fits as the mystery density in α-synuclein fibrils. PLOS Biology, 2024; 22 (10): e3002650 DOI: 10.1371/journal.pbio.3002650
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