Jovens presos em El Salvador em ação polêmica contra gangues

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Por Alex Morales
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Algemas em uma mesa com fundo de grafite de gangue

São PauloEl Salvador prende 3.319 menores e condena quase 600 em campanha anti-gangues

El Salvador prendeu 3.319 menores e condenou quase 600 deles como parte da rígida campanha anti-gangues do presidente Nayib Bukele. Iniciada em 2022, essa iniciativa resultou em diversas prisões em todo o país. Grupos de direitos humanos estão preocupados que muitas dessas prisões sejam injustas, frequentemente baseadas na aparência ou no local de residência, em vez de provas concretas.

Principais pontos da repressão:

  • O governo prendeu 81.110 suspeitos de envolvimento com gangues.
  • 7.000 suspeitos foram liberados por falta de provas.
  • 261 pessoas morreram na prisão durante a repressão.
  • 88 dessas mortes podem ter sido devido a atos criminosos.

O governo de Bukele tem sido alvo de críticas por violar direitos humanos durante sua repressão ao crime. Contudo, essas medidas rigorosas reduziram significativamente a taxa de homicídios no país. El Salvador, antes conhecido como um dos lugares mais perigosos, agora possui a menor taxa de homicídios na região. Essa queda na violência tem mantido Bukele muito popular, ajudando-o a ser reeleito em fevereiro, mesmo com a constituição proibindo um segundo mandato presidencial.

O grupo de direitos humanos Cristosal relatou mortes em prisões. Segundo a organização, pelo menos 261 detentos morreram desde o início da campanha. Desses, Cristosal acredita que 88 mortes possam estar relacionadas a atividades criminosas, porém não forneceram detalhes específicos.

O governo de Bukele divulgou vídeos mostrando presos de cueca sendo forçados a descer escadas pelos guardas. Essas imagens foram criticadas por serem humilhantes e por possivelmente violarem os direitos humanos.

A abordagem rígida de Bukele no combate ao crime conta com grande apoio público, já que muitos se sentem mais seguros com a redução das taxas de criminalidade. No entanto, críticos afirmam que os métodos utilizados são inaceitáveis. Eles destacam prisões arbitrárias e mortes sob custódia como evidências de que o sistema de justiça é injusto e pouco transparente.

O estado de emergência declarado em 2022 ainda está em vigor. Isso permite que o governo prenda pessoas sem necessidade de mandado. Embora isso tenha resultado em muitas prisões, também levanta preocupações sobre os direitos civis e a legalidade em El Salvador.

O método de Bukele levanta uma questão preocupante: é aceitável restringir direitos humanos básicos e utilizar violência governamental para reduzir as taxas de criminalidade? A resposta não é simples. Apesar da evidente queda na violência, o preço pago em termos de direitos humanos e justiça é extremamente alto.

A repressão às gangues em El Salvador é um tema quente, gerando discussões sobre se ela se trata mais de proteger o país ou de violar direitos humanos. As pessoas debatem sobre o que é certo ou errado. O governo do presidente Bukele parece decidido a continuar com essa rigorosa abordagem. Tanto organismos globais quanto grupos locais de direitos humanos devem acompanhar atentamente para ver como essas ações afetam El Salvador a longo prazo.

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