Avanço na compreensão da hérnia diafragmática congênita: inflamação e terapias inovadoras

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Por Bia Chacu
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Diagrama de hérnia diafragmática com áreas de inflamação destacadas.

São PauloPesquisas Avançam no Entendimento da Hérnia Diafragmática Congênita

Pesquisadores médicos aprenderam muito sobre a hérnia diafragmática congênita (HDC). A HDC é uma condição grave que afeta cerca de 1 em cada 2500 bebês. Ela causa uma abertura no diafragma do bebê, o que impede o desenvolvimento adequado dos pulmões. Quase um terço dos bebês com essa condição não sobrevive.

Estudos recentes indicam que a inflamação desempenha um papel crucial na DHCA. A presença aumentada de células imunológicas nos pulmões é uma característica importante dessa doença. Especificamente, a inflamação nas células pulmonares pode retardar o desenvolvimento dos pulmões.

Descobertas-chave da pesquisa incluem:

  • A associação entre CDH e processos inflamatórios a nível molecular.
  • A participação de células do sistema imunológico, conhecidas como macrófagos, nessa inflamação.
  • O potencial da dexametasona, um esteroide, para melhorar o desenvolvimento pulmonar em fetos em risco de parto prematuro.
  • Os efeitos anti-inflamatórios de vesículas extracelulares derivadas de células-tronco do líquido amniótico em modelos animais.

Pesquisadores de Leipzig, em colaboração com equipes de Boston, Winnipeg e Toronto, descobriram que a inflamação é comum em pulmões subdesenvolvidos. Esse achado indica que a inflamação impede o crescimento adequado dos pulmões fetais. Cientistas observaram que macrófagos se acumulam nos pulmões, o que provavelmente contribui para essa inflamação.

Para tratar, os médicos já utilizam medicamentos como a dexametasona para ajudar no crescimento pulmonar de bebês prematuros. Esse fármaco auxilia no desenvolvimento dos pulmões do feto quando administrado a mulheres grávidas. No entanto, mais tratamentos são necessários para a HDC. Pesquisas indicam que componentes provenientes de células-tronco do líquido amniótico, chamados vesículas extracelulares, podem oferecer novas opções terapêuticas. Essas vesículas podem transferir informações genéticas entre as células e têm demonstrado potencial em reduzir a inflamação e promover o crescimento pulmonar em estudos com animais.

Essas descobertas ainda levarão tempo para serem aplicadas no tratamento de pessoas. Os cientistas precisam investigar como esses vesículos afetam outras partes do feto. Isso é crucial para garantir que o tratamento seja seguro e eficaz. O Dr. Richard Wagner, um dos principais pesquisadores, afirma que são necessários mais estudos.

Durante seu trabalho na América do Norte após obter o doutorado, Wagner recebeu diversos prêmios por sua pesquisa sobre problemas no desenvolvimento pulmonar em casos de hérnia diafragmática. Seus estudos indicam que reduzir a inflamação pode ser a chave para tratar essa condição.

Compreender a inflamação na HDC é um grande avanço. Tratamentos atuais, como a dexametasona, são úteis, mas futuras terapias podem focar na redução da inflamação com vesículas extracelulares. É necessário mais pesquisa para desenvolver esses novos tratamentos e melhorar os resultados para bebês com HDC.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/sciadv.adn5405

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Lina Antounians, Rebeca Lopes Figueira, Bharti Kukreja, Michael L. Litvack, Elke Zani-Ruttenstock, Kasra Khalaj, Louise Montalva, Fabian Doktor, Mikal Obed, Matisse Blundell, Taiyi Wu, Cadia Chan, Richard Wagner, Martin Lacher, Michael D. Wilson, Martin Post, Brian T. Kalish, Augusto Zani. Fetal hypoplastic lungs have multilineage inflammation that is reversed by amniotic fluid stem cell extracellular vesicle treatment. Science Advances, 2024; 10 (30) DOI: 10.1126/sciadv.adn5405
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