De amizade sem limites a rivais no quintal da Rússia

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Por Alex Morales
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Bandeiras da China e da Rússia com mapa da Ásia Central.

A China está ganhando mais influência na Ásia Central segundo o WSJ.

Vladimir Putin visitou Tashkent, no Uzbequistão, com o objetivo de fortalecer as relações na Ásia. As autoridades locais colocaram cartazes dele, mas a realidade das ruas conta outra história. Carros chineses como BYD e Geely tornaram-se mais comuns, enquanto os Ladas russos são vistos com menos frequência.

A China e a Rússia são parceiras fortes. Elas acreditam que o Ocidente está agindo contra elas. No entanto, na Ásia Central, elas competem entre si. Enquanto a Rússia lida com a guerra na Ucrânia, a China está avançando.

Principais mudanças na Ásia Central incluem:

  • Aumento dos investimentos chineses
  • Mais carros fabricados na China nas ruas
  • Projetos chineses de energia renovável
  • Novas ferrovias financiadas pela China

Um operário de fábrica no Uzbequistão, Sanjarbek Qulmatov, afirmou que os investimentos chineses facilitaram a busca por emprego. A Organização Internacional para Migrações da ONU relata que menos uzbeques estão trabalhando na Rússia, já que muitos agora encontram empregos localmente por meio de projetos financiados pela China.

O cenário econômico e político está em transformação, apresentando novos desafios e oportunidades.

A Ásia Central, que já foi uma área de fronteira do Império Russo, foi protegida pelos soviéticos da influência chinesa. Agora, o equilíbrio de poder está mudando. A invasão da Ucrânia pela Rússia acelerou essa transformação.

A Rússia e a China tinham um acordo: a Rússia cuidava da segurança, e a China se concentrava no desenvolvimento. Agora, o crescente poder econômico da China está mudando esse cenário. Em 2023, a China se tornou o principal parceiro comercial do Uzbequistão, substituindo a Rússia.

O Parque Industrial Peng Sheng, estabelecido com recursos chineses em 2009, já abriga muitas empresas chinesas. Qulmatov deseja atrair ainda mais companhias da China. Uma nova fábrica, apoiada pelos chineses, planeja produzir 50.000 carros elétricos por ano no Uzbequistão.

A influência da China no transporte está crescendo. Um novo túnel construído pela China agora conecta o Vale de Fergana ao restante do Uzbequistão. Além disso, rodovias financiadas pela China estão diminuindo os tempos de viagem na região.

Perspectivas e Desafios Futuros

A Ásia Central é essencial tanto para a Rússia quanto para a China. Para a Rússia, ela proporciona acesso aos mercados do Sul da Ásia. Já a China se beneficia com sua Iniciativa do Cinturão e Rota. Um novo projeto de ferrovia, planejado desde 1997, está avançando. Esse projeto conectará China, Quirguistão e Uzbequistão, contornando a Rússia.

A China está competindo com a Rússia no setor energético. O Uzbequistão possui um acordo de gás de curto prazo com a Rússia, mas também está investindo fortemente em energia renovável. Já é possível ver projetos chineses de energia solar e eólica no país. O Uzbequistão planeja obter 40% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis até 2030.

A influência chinesa está crescendo e impactando os jovens. No Uzbequistão, mais estudantes agora preferem estudar na China em vez da Rússia. Na Hong Kong Academy em Tashkent, os alunos estão aprendendo chinês. O estudante de negócios de dezenove anos, Nodirxon Mahmudov, disse que três de seus colegas foram para a China para cursar o ensino superior.

Os investimentos chineses enfrentam críticas. O tratamento inadequado da China aos muçulmanos uigures prejudicou sua imagem. Parte dos sentimentos negativos em relação à China provém da mídia russa. Apesar disso, jovens líderes da Ásia Central veem potencial em estabelecer conexões mais próximas com a China.

O papel da China na Ásia Central é evidente e continua a crescer.

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