Estudantes protestam contra cotas de emprego para descendentes de veteranos

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Por Alex Morales
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'Bloqueios de estradas lotadas em Dhaka com faixas e cartazes'

São PauloNo Bangladesh, estudantes estão protestando contra uma cota de empregos no governo que reserva vagas para filhos de heróis de guerra. Esse sistema de cotas também destina vagas para mulheres, pessoas com deficiência e minorias étnicas.

Detalhes Importantes:

  • 30% de cotas para descendentes de veteranos
  • 6% de cotas para pessoas com deficiência
  • 6% de cotas para minorias étnicas

Em 2018, o sistema de cotas foi suspenso e os protestos cessaram. Porém, no mês passado, o Tribunal Superior ordenou a retomada da cota de 30% para descendentes de veteranos. Isso resultou em novos protestos. A população apoia uma cota de 6% para pessoas com deficiência e grupos étnicos, mas discorda da cota destinada aos descendentes de heróis da guerra da independência.

Supremo Tribunal suspende ordem do Tribunal Superior por quatro semanas

O Supremo Tribunal suspendeu a ordem do Tribunal Superior por quatro semanas e tomará uma decisão posteriormente. A Primeira-Ministra Sheikh Hasina afirmou que a questão agora está nas mãos do Supremo Tribunal.

Protestos continuam causando transtornos em Dhaka. Mais de 50 pessoas foram atendidas no Hospital da Faculdade de Medicina Enam, próximo à Universidade Jahangir Nagar. A maioria delas apresentava ferimentos provocados por balas de borracha.

Manifestantes afirmam que membros da Bangladesh Chhatra League, um grupo estudantil do partido governista Awami League liderado pela Primeira-Ministra Hasina, atacaram seus protestos pacíficos. A situação piorou quando a polícia e o grupo estudantil, apoiado pelo partido no poder, enfrentaram os manifestantes.

Dez policiais feridos durante confrontos com manifestantes

O alto oficial de polícia Abdullahil Kafi declarou ao Daily Star que gás lacrimogêneo e balas de festim foram utilizados quando os manifestantes atacaram a polícia. Até 15 oficiais ficaram feridos. Na segunda-feira, mais de 100 estudantes ficaram machucados em confrontos na Universidade de Dhaka.

Os protestos continuarão apesar da agitação. O contexto político é relevante: o partido Awami League de Hasina apoia a concessão de benefícios às famílias dos heróis de guerra. Seu pai, Sheikh Mujibur Rahman, liderou a guerra de independência em 1971. Por outro lado, os partidos Jamaat-e-Islami e Bangladesh Nationalist Party (BNP) se opuseram à guerra de independência.

Hasina venceu recentemente uma eleição em janeiro, mas o principal partido de oposição e seus aliados não participaram. Eles exigem que Hasina renuncie e permita que um governo interino conduza as próximas eleições. A tensão política ainda é alta, e todos os principais partidos políticos possuem grupos estudantis ativos.

A situação política em Bangladesh apresenta sérios problemas. Os estudantes querem acabar com a cota de 30% porque acreditam na justiça e no mérito. Eles também apoiam cotas para pessoas com deficiência e minorias étnicas para promover a inclusão social. No entanto, a política complica tudo. Conflitos violentos e acusações contra apoiadores do governo mostram o quanto a situação é tensa.

Os protestos evidenciam a necessidade de diálogo entre estudantes, governo e grupos políticos. Para resolver esses problemas profundos, é essencial considerar tanto as demandas atuais quanto as questões históricas e políticas. Embora a decisão do Supremo Tribunal seja relevante, uma solução duradoura exigirá mais do que apenas uma determinação judicial.

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