Algoritmo revoluciona estudo da linha do tempo dos terremotos na Cascadia

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Por Bia Chacu
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Gráficos de dados sísmicos com resultados de análise algorítmica destacados.

São PauloA zona de subducção de Cascadia, no Noroeste do Pacífico, é conhecida por provocar fortes terremotos e tsunamis. O último grande terremoto ocorreu em 1700. Cientistas estão se esforçando bastante para descobrir quando será o próximo grande evento. Eles analisam antigos padrões de terremotos em registros geológicos, especialmente os turbiditos, que são camadas de depósitos de deslizamentos submarinos. No entanto, um novo estudo questiona se os turbiditos são realmente uma maneira confiável de rastrear terremotos passados.

Pesquisadores questionam precisão das camadas de turbiditos como registros de terremotos antigos

Pontos principais:

  • Pesquisadores da Universidade do Texas em Austin colocaram em dúvida a precisão das camadas de turbiditos como registros históricos de terremotos.
  • O estudo utilizou um algoritmo chamado dynamic time warping em camadas de turbiditos datadas de até 12.000 anos atrás.
  • Os resultados mostraram que as correlações entre muitas amostras de turbiditos não são melhores do que o acaso.
  • As descobertas ressaltam a necessidade de mais pesquisas e métodos aprimorados para interpretar dados geológicos.

Os turbiditos se formam quando sedimentos se assentam novamente no fundo do mar após serem perturbados por deslizamentos submarinos. Os geólogos costumavam acreditar que as camadas de turbiditos formadas por terremotos poderiam ser correspondidas em diferentes amostras do fundo do mar. Este estudo, contudo, contesta essa ideia. A análise mostrou que, na maioria dos casos, as camadas de turbiditos não coincidiam o suficiente para relacioná-las claramente aos mesmos eventos sísmicos.

Este estudo evidencia a dificuldade de interpretar os registros geológicos. Turbiditos podem ser provocados por terremotos, mas também são resultantes de tempestades, inundações e outros eventos. Utilizando o algoritmo de distorção temporal dinâmica para comparar amostras de turbiditos em detalhes, os pesquisadores descobriram que muitas semelhanças pareciam ocorrer por acaso. Isso sugere que métodos mais antigos podem ter superestimado a frequência e a localização de terremotos passados.

Aproveitando a Distorção Temporal Dinâmica na Geologia

A distorção temporal dinâmica é uma técnica valiosa que ainda é pouco utilizada em geologia. Ela oferece uma maneira consistente para os pesquisadores compararem dados. Esse método avalia o quão bem os dados de diferentes amostras se alinham, mesmo quando suas características físicas variam. Isso é crucial, pois os turbiditos, que são um tipo de sedimento, podem apresentar aparências muito diferentes dependendo de sua localização. Os resultados do algoritmo destacam a importância do uso de diversos tipos de dados e métodos para aprimorar as linhas do tempo de terremotos.

O estudo validou seus resultados usando dados artificiais, que confirmaram a precisão. Ao examinar camadas de turbiditos de amostras geológicas, as coincidências eram geralmente aleatórias, exceto em locais que estavam a menos de 24 quilômetros de distância entre si.

Compreender com precisão os registros de turbiditos é vital para a preparação contra terremotos. Erros na interpretação desses registros podem resultar em avaliações erradas de risco. Precisamos aprimorar essas cronologias utilizando métodos mais avançados e dados variados. O objetivo é empregar novas ferramentas de forma eficaz e analisar seus resultados com cuidado.

Este estudo não altera significativamente a nossa percepção da frequência de terremotos em Cascadia, mas destaca a necessidade de geocientistas melhorarem seus métodos e coletarem dados mais detalhados para entender com precisão os riscos sísmicos passados e futuros da região.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1130/B37343.1

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Nora M. Nieminski, Zoltán Sylvester, Jacob A. Covault, Joan Gomberg, Lydia Staisch, Ian W. McBrearty. Turbidite correlation for paleoseismology. Geological Society of America Bulletin, 2024; DOI: 10.1130/B37343.1
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