Chefe do Vaticano admite fraude e culpa assistente em Londres

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Por Ana Silva
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Prédio do Vaticano com uma imagem de fatura falsa sobreposta.

São PauloDirigente do Vaticano Culpa Assistente por Erro em Negócio

Em um julgamento financeiro no Reino Unido, o oficial do Vaticano Pena Parra testemunhou sobre um péssimo investimento em Londres. Ele admitiu ter aprovado uma fatura falsa, mas culpou seu assistente por lhe fornecer informações erradas.

Este caso é significativo pois é a primeira vez que o Vaticano é julgado em um tribunal de outro país. Promotores do Vaticano afirmam que os corretores Mincione e Torzi enganaram a instituição. Eles alegam que Mincione e outros utilizaram indevidamente o dinheiro do Vaticano, enquanto Torzi é acusado especificamente de exigir 15 milhões de euros do Vaticano para devolver o controle da propriedade.

Dez pessoas foram levadas a julgamento pelo Vaticano por crimes financeiros. Um cardeal e outros envolvidos, como Mincione e Torzi, foram condenados e recorrem da decisão. O Papa e outros altos funcionários estavam cientes dos riscos nas transações.

Pena Parra começou a trabalhar para o Vaticano em outubro de 2018. Ele tomou conhecimento do investimento em Londres em 22 de novembro de 2018. No mesmo dia, seu assistente, Monsenhor Alberto Perlasca, assinou contratos com Torzi sem ter a devida autoridade. Perlasca era responsável pelo escritório administrativo que gerenciava tanto o investimento original de 2013 quanto o acordo de 2018.

Diferente de seus colegas e superiores, Perlasca não foi processado. Ele ainda continua trabalhando na Assinatura Apostólica do Vaticano. Há indícios de que ele pode ter agido de maneira desonesta e alterado seu depoimento posteriormente, sob a influência de duas mulheres durante a investigação.

Advogados de defesa acreditam que Perlasca ou algumas mulheres possuem provas prejudiciais contra autoridades do Vaticano e estão usando isso a seu favor. De maneira significativa, Perlasca não compareceu ao julgamento em Londres. Em vez disso, Pena Parra testemunhou, levando as pessoas a questionarem sua confiabilidade. Ele admitiu que algumas faturas foram equivocadamente rotuladas como "serviços profissionais."

Pena Parra confessou: "Não fui honesto", mas afirmou que sua prioridade era cortar todos os laços com Torzi, que se aproveitou deles. Em dezembro de 2018, Pena Parra percebeu que Torzi tinha controle sobre o imóvel, deixando o Vaticano de mãos vazias. Os advogados do Vaticano recomendaram não tomar medidas legais, e o Papa Francisco incentivou a minimizar as perdas e encontrar uma solução.

Durante uma reunião privada em 26 de dezembro, Pena Parra afirmou que ele e o Papa Francisco concordaram em oferecer a Torzi entre 1 milhão e 2 milhões de libras para retomar o controle da propriedade. No entanto, Torzi acabou exigindo e recebendo 15 milhões de euros, o que levou à sua condenação por extorsão. Os advogados de Mincione alegaram que o Vaticano estava ciente dos riscos do investimento e havia aprovado as transações.

Pena Parra afirmou que confiava nos funcionários do departamento administrativo e se sentiu decepcionado pelo comportamento deles. Ele confirmou isso em um depoimento preparado durante o julgamento. Quando foi interrogado mais a fundo, admitiu a existência de faturas fraudulentas, mas afirmou que o Vaticano precisava finalizar rapidamente as transações com Torzi.

O julgamento revela grandes problemas na administração e monitoramento financeiro do Vaticano. Com os réus buscando reverter suas condenações, todos estão de olho no desfecho.

Como título: Réus tentam reverter condenações enquanto Vaticano enfrenta crise financeira

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