Desvendando as origens genéticas do norte da África com genômica e inteligência artificial

São PauloNovo Estudo Revela Detalhes Genéticos dos Povos da África do Norte

Um recente estudo conduzido pelo Instituto de Biologia Evolutiva (IBE) e pelo Instituto de Biologia Evolutiva da UPF (CSIC-UPF) trouxe à luz novos detalhes sobre as raízes genéticas das populações do Norte da África. Utilizando ferramentas de inteligência artificial, os pesquisadores analisaram os genomas de 364 indivíduos de diferentes grupos norte-africanos. O estudo revela que árabes e amazighs (berberes) possuem origens genéticas distintas.

Principais descobertas do estudo:

• A população Imazighen tem raízes que remontam a mais de 20.000 anos, ao período Epipaleolítico.
• A atual população árabe no Norte da África originou-se principalmente das migrações do século VII d.C., durante o período de arabização.
• Um novo modelo computacional, "programação genética para genética de populações" (GP4PG), permitiu análises mais precisas.
• Restos humanos de 22.000 anos atrás encontrados no Marrocos podem ser ancestrais dos Imazighen de hoje.
• A chegada dos árabes criou um gradiente genético do Oriente Médio ao Norte da África.

Este estudo põe em dúvida a ideia de que os árabes no norte da África estão presentes desde o período Neolítico. Ele revela que a maioria dos genes árabes na região é de uma era mais recente, especificamente do séc VII d.C.. A pesquisa destaca como a migração árabe do Oriente Médio alterou a composição genética dessa área.

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A IA teve um papel fundamental nesta pesquisa. A equipe de cientistas desenvolveu um modelo chamado GP4PG, capaz de analisar genomas inteiros com maior precisão. Essa nova abordagem representa um avanço significativo no estudo da genética de populações e nos ajuda a entender melhor os padrões de migração que moldaram as populações atuais.

A África do Norte possui uma longa história de migrações, resultando em uma diversidade genética notável. Este estudo investiga a complexa história demográfica da região, revelando como diferentes ondas migratórias moldaram sua genética atual. Além disso, destaca que a população Imazighen manteve sua identidade genética por mais de 20.000 anos.

Este estudo é crucial para compreender a herança genética do Norte da África. Ele revela como eventos históricos recentes moldaram as populações atuais. Por exemplo, a arabização do Norte da África no século VII teve um impacto profundo na composição genética da região. Essas informações podem proporcionar uma nova perspectiva sobre as mudanças culturais e históricas da área.

Este estudo fornece uma visão mais clara da história genética do Norte da África. Ele destaca a importância das ferramentas computacionais avançadas na compreensão da genética populacional complexa. A pesquisa detalha a composição genética de dois grupos-chave e abre caminho para futuros estudos sobre a diversidade genética humana nesta região.