Células do tempo no cérebro ajudam a executar tarefas complexas com precisão

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Por Chi Silva
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Ilustração de cérebro mecânico com neurônios e tarefas destacadas.

São PauloPesquisadores da University of Utah Health descobriram células cerebrais que regulam nosso senso de tempo. Essas "células do tempo" são essenciais para aprender comportamentos que exigem temporização precisa. Elas se ativam para acompanhar períodos curtos de tempo e ajustam seu funcionamento à medida que os animais aprendem a distinguir diferentes eventos temporizados. Essa descoberta pode auxiliar na detecção precoce de doenças neurodegenerativas como o Alzheimer.

Pesquisadores publicaram um estudo na Nature Neuroscience onde usaram camundongos para aprender sobre as células do tempo. Eles utilizaram uma tarefa de aprendizagem baseada no tempo juntamente com técnicas avançadas de imagem cerebral. As principais descobertas foram:

Tarefa de Aprendizagem Baseada no Tempo Elucida Funcionamento das Células do Tempo em Camundongos

  • Os camundongos precisaram aprender diferenças de tempo para ganhar uma recompensa.
  • Os pesquisadores observaram a atividade das células temporais antes e depois do processo de aprendizagem.
  • No início, as células temporais respondiam da mesma forma a todos os padrões de estímulos.
  • Após a aprendizagem, as células temporais desenvolveram padrões distintos para eventos diferentes.

O papel das células temporais vai além de apenas rastrear o tempo. Pesquisadores descobriram que, quando o córtex entorrinal medial (MEC), onde as células temporais estão localizadas, é bloqueado, os ratos ainda conseguem perceber e prever o tempo. No entanto, eles não conseguem aprender novas tarefas relacionadas ao tempo. Erin Bigus, assistente de pesquisa, explicou que o MEC é crucial para aprender relações complexas de tempo.

Pesquisas anteriores sobre o Córtex Entorrinal Medial (MEC) demonstraram que ele auxilia na aprendizagem espacial e na criação de mapas mentais. Neste estudo, os pesquisadores descobriram que os padrões de atividade cerebral eram semelhantes em tarefas que envolvem tempo e aprendizagem espacial. James Heys, PhD, professor assistente de neurobiologia, explicou que o córtex entorrinal pode ajudar a rastrear tanto a distância quanto o tempo.

O estudo revela que o cérebro lida com espaço e tempo de maneiras semelhantes. Essas descobertas podem ajudar na detecção precoce de doenças como o Alzheimer. O Alzheimer afeta primeiramente a região MEC do cérebro, então tarefas que exigem coordenação temporal complexa podem auxiliar na identificação da doença mais cedo.

O estudo foi financiado pela Whitehall Foundation, Brain and Behavior Research Foundation, Instituto Nacional de Saúde e pela Fundação Nacional de Ciência. A equipe de pesquisa acredita que, ao compreender como o cérebro lida com o tempo, é possível desenvolver novas maneiras de diagnosticar doenças neurodegenerativas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41593-024-01683-7

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Erin R. Bigus, Hyun-Woo Lee, John C. Bowler, Jiani Shi, James G. Heys. Medial entorhinal cortex mediates learning of context-dependent interval timing behavior. Nature Neuroscience, 2024; DOI: 10.1038/s41593-024-01683-7
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