Liberdade iminente: Julian Assange nos capítulos finais de sua saga

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Por Bia Chacu
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Portão da prisão se abrindo com a luz do sol entrando.

São PauloJulian Assange, fundador do WikiLeaks, está há cinco anos em uma prisão de alta segurança no Reino Unido, lutando contra sua extradição para os EUA. Esta semana, um acordo judicial pode acabar com seus problemas legais e lhe conceder a liberdade.

A trajetória legal de Assange inclui:

  • Pedidos de extradição dos EUA
  • Negociações de acordos judiciais
  • Sete anos de asilo na Embaixada do Equador em Londres
  • Expulsão da embaixada em abril de 2019

Os apoiadores de Assange o veem como um defensor da liberdade de expressão. Já os promotores norte-americanos alegam que ele colocou vidas em risco ao revelar nomes de fontes secretas em zonas de guerra, incluindo afegãos e iraquianos que ajudaram os EUA e seus aliados. Documentos diplomáticos vazados também expuseram jornalistas, líderes religiosos, defensores dos direitos humanos e dissidentes.

O caso Assange: Acusações, Vazamentos e Condenação de Manning

O Departamento de Justiça da administração Trump acusou Assange de instruir Manning a vazar uma grande quantidade de informações classificadas. Manning compartilhou milhares de documentos militares e diplomáticos secretos com o WikiLeaks. Ela foi condenada a 35 anos de prisão, mas o presidente Obama reduziu sua sentença em 2017, permitindo sua libertação após cerca de sete anos encarcerada.

Assange não foi levado para a custódia dos EUA imediatamente devido a problemas com a extradição. Inicialmente, um juiz do Reino Unido negou o pedido de extradição dos EUA em 2021, preocupado com a saúde mental de Assange e as duras condições nas prisões americanas. Porém, tribunais superiores reverteram essa decisão após garantias dos EUA. Em junho de 2022, o governo britânico aprovou a extradição.

Dois juízes do Tribunal Superior decidiram que Assange pode recorrer, citando os direitos à liberdade de expressão, entre outros motivos. A data da audiência ainda não foi definida.

Julian Assange vai confessar um crime grave sob a Lei de Espionagem como parte de um acordo. Ele é acusado de trabalhar ilegalmente para obter e compartilhar segredos de defesa nacional dos EUA. Assange não será preso nos Estados Unidos e provavelmente retornará à Austrália após admitir a culpa e ser sentenciado.

Procedimentos judiciais ocorrerão na quarta-feira pela manhã em Saipan, a maior ilha das Ilhas Marianas. Assange escolheu este local por sua proximidade com a Austrália e para evitar viajar até o território continental dos EUA. Na noite de segunda-feira, ele saiu de uma prisão britânica na esperança de ser libertado em breve.

O caso de Julian Assange envolve suas conexões com Chelsea Manning, mas o WikiLeaks também teve um papel importante na eleição presidencial dos EUA em 2016. O WikiLeaks divulgou e-mails do Partido Democrata que supostamente foram roubados por agentes de inteligência russos. Autoridades americanas afirmam que isso foi feito para prejudicar a campanha de Hillary Clinton e beneficiar Donald Trump. Trump chegou a declarar publicamente seu apoio ao WikiLeaks durante a campanha.

Embora Assange não tenha sido acusado na investigação de Robert Mueller, essa situação não favoreceu a imagem do WikiLeaks. Mueller acusou 12 oficiais militares russos de hackear e-mails. Assange alegou que a Rússia não estava por trás dos e-mails hackeados, mas as acusações de Mueller em 2018 contradizem essa afirmação.

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