Estudo da CHOP aponta erros em relatórios de acidentes com crianças em carros

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
- em
Cena de acidente com carro e cadeirinha infantil danificada

São PauloPesquisadores do Hospital Infantil da Filadélfia (CHOP) encontraram discrepâncias entre os relatórios de acidentes e os registros hospitalares sobre lesões de crianças passageiras. Esses erros podem dificultar a avaliação da eficácia dos Sistemas de Retenção Infantil (SRI) e outras ferramentas de segurança automotiva. Informações precisas sobre lesões são essenciais, pois ajudam os pesquisadores a desenvolver e testar planos de segurança para crianças em veículos.

Alguns pontos críticos das descobertas incluem:

  • Relatórios de acidentes documentaram lesões em 9% das crianças passageiras, enquanto registros hospitalares indicaram lesões em apenas 3%.
  • A frequência, gravidade e localização das lesões foram relatadas de forma diferente entre as duas fontes de dados.
  • Crianças em cadeirinhas viradas para trás sofreram menos lesões.
  • Crianças mais velhas e aquelas sem dispositivos de retenção infantil apresentaram aumento nas taxas de lesões.

Diferenças entre registros de acidentes e dados hospitalares podem dar uma impressão errada sobre as necessidades de segurança das crianças no trânsito. Essas informações incorretas podem impedir que recursos importantes de segurança viária cheguem às comunidades que mais precisam. Por exemplo, erros na divulgação podem levar as pessoas a acreditar que alguns tipos de cadeirinhas são menos eficazes. Isso pode desmotivar iniciativas de saúde pública para promover o uso de cadeirinhas mais seguras.

Melhoria na Coleta e Relato de Dados de Acidentes

A coleta e o relato de dados de acidentes precisam ser aprimorados. Normalmente, os policiais preenchem os relatórios de acidentes no local, mas eles podem não ter treinamento médico. Isso pode resultar em subnotificação ou classificação incorreta de lesões, especialmente aquelas que não são imediatamente aparentes. Consequentemente, usar esses dados para decisões políticas pode introduzir erros e prejudicar os esforços.

Lesões mais graves são frequentemente relatadas em crianças que não utilizam sistemas de retenção infantil (SRI), destacando a importância de usar o assento adequado para cada faixa etária. Diferentes tipos de cadeirinhas—assentos traseiros, assentos dianteiros e assentos de elevação—oferecem níveis variados de segurança. É mais seguro adiar o uso de cintos de segurança e manter as crianças em assentos de elevação por mais tempo para protegê-las melhor em caso de acidentes.

Melhorar a precisão dos dados dos relatórios de acidentes é crucial. Os socorristas devem receber treinamento aprimorado para identificar e documentar lesões. Precisamos, também, de métodos mais eficazes para verificar os dados de acidentes com os registros hospitalares. Além disso, é necessário realizar mais estudos para entender por que alguns pais e responsáveis não utilizam os sistemas de retenção infantil de forma correta.

Partes interessadas, como legisladores, professores e fabricantes de automóveis, precisam colaborar para preencher as lacunas nos dados sobre lesões. Com informações precisas, eles podem implementar melhorias de segurança que protegerão milhões de crianças passageiras.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.amepre.2024.07.008

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Emma B. Sartin, Melissa R. Pfeiffer, Thomas Hartka, Mark R. Zonfrillo, Federico E. Vaca, Kristina B. Metzger, Anthoni M. Goodman, Allison E. Curry, Rachel K. Myers. Congruency of Crash- and Hospital- Reported Injuries Among Child Passengers. American Journal of Preventive Medicine, 2024; DOI: 10.1016/j.amepre.2024.07.008
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário