Falta de conhecimento sobre microplásticos em cosméticos preocupa

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Por Alex Morales
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Produtos cosméticos com partículas visíveis de microplásticos.

São PauloNova pesquisa revela que sabemos pouco sobre a poluição por microplásticos oriunda de produtos cosméticos e de cuidados pessoais que não são enxaguados. Diferente dos produtos que são removidos com água, como esfoliantes faciais e pastas de dente, os produtos que permanecem na pele, como hidratantes e protetores solares, não têm sido adequadamente investigados por cientistas ou autoridades reguladoras. Essa falta de atenção gera preocupações sobre possíveis impactos ambientais e à saúde causados pelos microplásticos.

Existem preocupações em relação ao uso de cosméticos deixados sobre a pele.

Microplásticos: Riscos e Desafios para Saúde e Meio Ambiente

  • Possibilidade significativa de exposição da pele a microplásticos.
  • Perigo de que microplásticos penetrem no corpo através da pele.
  • Conhecimento limitado sobre os impactos ambientais após o descarte.

Os cosméticos de permanência prolongada na pele podem permitir que microplásticos penetrem na pele e entrem no organismo. Essa possibilidade é preocupante, já que os microplásticos estão frequentemente associados a substâncias químicas nocivas, como PFAS e plastificantes, ligados ao câncer e problemas hormonais.

Pesquisa sobre microplásticos em cosméticos enfrenta vários desafios. A extração e análise de microplásticos em produtos oleosos que permanecem na pele é complexa, dificultando sua avaliação. Além disso, a atenção tem sido principalmente direcionada aos produtos que são enxaguados, influenciada por proibições públicas e campanhas. Esse foco desviado leva à falsa impressão de que a questão dos microplásticos em cosméticos está resolvida, quando na realidade não está.

UE planeja eliminação gradual de microplásticos em cosméticos

A União Europeia anunciou que começará a banir gradualmente os microplásticos de produtos. A proibição se aplicará aos cosméticos sem enxágue até 2029 e a todos os outros cosméticos até 2035. Embora essas medidas estejam planejadas, ainda levarão anos para serem implementadas, permitindo o uso desenfreado de microplásticos, o que pode prejudicar o meio ambiente e a saúde.

A Universidade de Birmingham e a Universidade de Illinois estão colaborando para desenvolver melhores métodos de identificar e analisar microplásticos em produtos aplicados na pele. Esse projeto visa aumentar nosso entendimento sobre como esses produtos contribuem para a poluição por microplásticos.

Esta pesquisa destaca a importância de desenvolver novos métodos e regulações para produtos que permanecem na pele. Compreendendo melhor esses produtos, podemos aprimorar suas formulações e políticas para proteger o meio ambiente e a saúde humana dos riscos associados à exposição a microplásticos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.jhazmat.2024.135053

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Anna Kukkola, Andrew J. Chetwynd, Stefan Krause, Iseult Lynch. Beyond microbeads: Examining the role of cosmetics in microplastic pollution and spotlighting unanswered questions. Journal of Hazardous Materials, 2024; 476: 135053 DOI: 10.1016/j.jhazmat.2024.135053
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