Novo estudo: manto terrestre é mais uniforme do que pensamos

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Por João Silva
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Corte transversal da Terra destacando a estrutura uniforme do manto.

São PauloDescobertas recentes indicam que os hotspots vulcânicos em locais como Havaí, Samoa e Islândia podem ter uma origem consistente no manto terrestre. Essa teoria contraria a crença anterior de que o manto era formado por regiões químicas distintas. Propõe-se que a lava adquire sua composição única à medida que ascende à superfície. Essa descoberta pode alterar nossa compreensão sobre a formação da Terra, os movimentos dentro do manto e o funcionamento das placas tectônicas.

A pesquisa analisou elementos e isótopos em lavas de pontos quentes para obter seus resultados. Esses elementos fornecem informações sobre a história dessas lavas. O estudo revela que as lavas mudam de composição à medida que interagem com diferentes rochas ao subir, em vez de apresentarem grandes diferenças em suas origens.

  • Acredita-se que o manto terrestre seja mais homogêneo quimicamente do que se pensava.
  • As variações na composição da lava ocorrem durante o processo de erupção.
  • As teorias atuais sobre "reservatórios" no manto podem precisar ser reavaliadas.

Compreender a composição do manto terrestre é crucial para a geociência. Isso nos ajuda a entender como os continentes se movem e a prever terremotos e erupções vulcânicas. Anteriormente, os cientistas acreditavam que partes antigas do manto explicavam certos dados químicos. Essa nova perspectiva simplifica as coisas e abre espaço para o desenvolvimento de novas ideias.

Impactos na Geoquímica Global

A transformação do contexto global da geoquímica influencia diretamente a compreensão dos ciclos biogeoquímicos e sua interação com as atividades humanas. As mudanças climáticas e o aumento da emissão de gases de efeito estufa têm alterado significativamente a composição química da atmosfera e dos oceanos, afetando a biodiversidade e a saúde dos ecossistemas. Dessa forma, a pesquisa geoquímica é crucial para desenvolver estratégias que mitiguem os efeitos adversos dessas modificações ambientais globais. Além disso, a cooperação internacional é essencial para compartilhar dados e tecnologias que ajudem a entender e enfrentar esses desafios complexos.

O estudo revela que lavas de pontos quentes oceânicos e lavas basálticas continentais, ligadas a características geológicas importantes como rochas ricas em diamantes, podem ter origem no mesmo tipo de magma antigo. Esta descoberta pode levar cientistas a repensar as mudanças na química da Terra ao longo do tempo.

Cientistas não precisam mais considerar reservatórios antigos no manto terrestre, permitindo que se concentrem em modelos baseados no movimento do manto. Esses modelos podem explicar com mais precisão as composições isotópicas que observamos. As evidências sugerem que os elementos se movem em um ciclo mais conectado ao redor da Terra, ligando intimamente os processos desde o interior profundo do planeta até sua superfície.

Os processos internos da Terra estão interligados e coerentes, o que pode auxiliar os pesquisadores a resolver mistérios na geologia e nas ciências da Terra. O Conselho Nacional de Pesquisa e Engenharia do Canadá financiou este estudo, destacando a importância de pesquisas contínuas para um melhor entendimento do nosso planeta.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41561-024-01538-7

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Matthijs A. Smit, Ellen Kooijman. A common precursor for global hotspot lavas. Nature Geoscience, 2024; DOI: 10.1038/s41561-024-01538-7
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