Estudo revela: 1 em 7 usuários do Medicare pode ter direito a remédio antiobesidade

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Por Ana Silva
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Frasco de remédio e fita métrica perto do cartão do Medicare

São PauloA partir de março de 2024, o Medicare começará a cobrir o medicamento antiobesidade semaglutida para alguns pacientes. Essa cobertura será destinada a pessoas com índice de massa corporal (IMC) alto e doenças cardiovasculares (DCV). No entanto, a definição exata de "doenças cardiovasculares" será crucial para a eficácia desta medida.

Principais resultados do novo estudo:

  • Possível elegibilidade para 3,6 milhões de beneficiários do Medicare
  • Custos anuais máximos de até $34,3 bilhões com base em critérios amplos de DCV
  • Custos superiores a $10 bilhões mesmo com definição restrita de DCV

Um estudo do Brigham and Women's Hospital revela o impacto financeiro. Caso o Medicare adote uma definição rígida de doenças cardiovasculares (DCV), apenas cerca de 14% dos beneficiários com alto IMC se qualificariam para a cobertura. Mesmo com este grupo reduzido, os custos poderiam ultrapassar US$ 10 bilhões anualmente. Esta situação ilustra o desafio de equilibrar o controle de custos com os possíveis benefícios de saúde ao ampliar o acesso para mais pessoas.

É fundamental considerar os benefícios a longo prazo deste medicamento. O semaglutida não apenas auxilia na perda de peso, mas também melhora vários fatores de risco para doenças cardíacas. Isso levanta uma questão importante: Será que o alto custo inicial se justifica com a prevenção de problemas cardíacos graves no futuro? A resposta é complexa, influenciada tanto pelas limitações orçamentárias de curto prazo quanto pelos objetivos de saúde a longo prazo.

Semaglutida já é popular por ser mais eficaz do que outros medicamentos para perda de peso. Seu sucesso pode levar a mudanças nas regras do Medicare sobre a cobertura desses medicamentos. Se esses remédios mostrarem grandes benefícios para a saúde, as regras atuais rigorosas podem se tornar mais flexíveis.

Os custos iniciais elevados podem parecer assustadores, mas os benefícios para a sociedade podem justificá-los. A redução nos casos de ataques cardíacos, derrames e outros problemas cardíacos pode aliviar a pressão sobre as famílias e o sistema de saúde.

Os formuladores de políticas e os profissionais de saúde devem avaliar cuidadosamente esses fatores. Eles precisam definir quem tem direito a determinados benefícios, equilibrando os custos e o potencial de melhorias na saúde a longo prazo.

A definição final do Medicare para "DCV estabelecida" influenciará políticas e impactará a saúde pública. Uma definição mais ampla pode ser mais cara, mas traria mais benefícios de saúde, enquanto uma definição mais restrita controlaria os custos, mas ajudaria menos pessoas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.7326/ANNALS-24-00308

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Alexander Chaitoff, Liam Bendicksen, William B. Feldman, Alexander R. Zheutlin, Hussain S. Lalani. Estimating New Eligibility and Maximum Costs of Expanded Medicare Coverage of Semaglutide for Cardiovascular Risk Prevention. Annals of Internal Medicine, 2024; DOI: 10.7326/ANNALS-24-00308
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