Cuidado com falsas promessas de tratamentos com células-tronco
São PauloAs empresas de células-tronco afirmam que seus tratamentos podem curar diversos problemas, mas muitas vezes esses tratamentos não apresentam resultados.
Anúncios prometeram uma "Vida Sem Dor!" Ofereceram injeções de células-tronco ou tratamentos intravenosos no conforto do lar. Mais de 20% dos adultos nos EUA convivem com dor crônica, tornando a oferta bastante atraente.
- Jantares gratuitos em várias cidades de Iowa
- Abordagens insistentes em domicílio
- Preços variando de R$ 3.200 a R$ 20.000
Mais de 250 pessoas participaram. No total, pagaram US$ 1,5 milhão. Uma enfermeira praticante visitou suas casas e lhes aplicou injeções e IVs com células-tronco de cordões umbilicais.
Especialistas afirmam que esses tratamentos são fraudes e que alguns estudos indicam que podem ser prejudiciais. No outono passado, o procurador-geral de Iowa processou duas pessoas por causa das correspondências que enviaram. Um deles é um homem de Minnesota que tem um podcast cristão, e o outro é seu parceiro da Flórida. Eles enganaram muitos consumidores, especialmente os mais velhos.
Advogados-gerais de vários estados, incluindo Nova York, Dakota do Norte, Geórgia, Nebraska, Arkansas e Washington, processaram empresas por promoverem tratamentos com células-tronco não comprovados.
Células-tronco têm a capacidade de se replicar e se transformar em diferentes tipos de células. Elas podem ser úteis no tratamento de doenças e lesões, mas a FDA aprovou apenas alguns tratamentos. Estes são para alguns tipos de câncer de sangue e problemas no sistema imunológico. A maioria dos usos das células-tronco ainda está em fase de teste. No entanto, elas são frequentemente vendidas para:
- Autismo
- Enfisema
- Lesões esportivas
A FDA alerta sobre tratamentos caros e não aprovados com células-tronco. Esses tratamentos causaram cegueira em algumas pessoas. Outras contraíram infecções ou desenvolveram tumores. Em 2020, a FDA afirmou que pacientes são frequentemente enganados. Alguns produtos são ilegais e inseguros.
O Dr. Jeffrey Goldberg, do Byers Eye Institute da Universidade de Stanford, trata pacientes com problemas de visão. Ele já viu pessoas perderem a visão após alguns tratamentos com células-tronco. Segundo ele, as pessoas ficam tão desesperadas que gastam muito dinheiro nesses procedimentos. Desde agosto de 2017, a FDA enviou 30 cartas de advertência em relação a esses tratamentos.
Especialistas como o Dr. Paul Knoepfler e Leigh Turner estão preocupados. Turner, especialista em ética da Universidade da Califórnia em Irvine, afirma que existem mais de 2.700 clínicas nos EUA oferecendo esses tratamentos. Os estados podem impor multas pesadas às empresas. Turner acredita que ações legais estaduais podem fazer a diferença com o tempo.
A FDA colabora com reguladores estaduais. Segundo o Dr. Peter Marks, que lidera o Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica da FDA, eles têm um objetivo comum. Isso envolve a Procuradora-Geral de Iowa, Brenna Bird.
No ano passado, Bird entrou com um processo contra panfletos que prometiam aos habitantes de Iowa uma vida sem dores. A ação judicial envolve a Biologics Health e a Summit Partners Group, também conhecida como Summit Health Centers. Os proprietários são Rylee Meek, de Minnesota, e Scott Thomas, da Flórida, nenhum dos quais possui formação médica. Eles realizaram jantares gratuitos em todo o estado de Iowa e alegaram que células-tronco poderiam curar dores nas costas ou nas articulações. A FDA declarou que nenhum produto desse tipo está aprovado para o tratamento de condições ortopédicas.
Um depoimento dizia que uma mulher não precisava mais de um andador ou de medicamentos para dor devido a um tratamento com células-tronco. Promotores acreditam que isso enganou o público. A empresa vendia pacotes com 5 milhões a 60 milhões de células-tronco. A ação judicial em Iowa chama isso de experimentação motivada por lucro. Pesquisas, de acordo com Knoepfler, mostram que muitas vezes células mortas são utilizadas. O julgamento está marcado para março de 2025.
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