Redução de desigualdades: taxas de homicídios nos EUA se tornam mais uniformes desde os anos 70

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Ana Silva
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"Mapa dos EUA com as lacunas da taxa de homicídios encolhendo destacadas."

São PauloUm estudo realizado por Richard Boylan da Universidade Rice revelou que as diferenças nas taxas de homicídio em várias regiões dos EUA têm diminuído desde a década de 1970. Isso é surpreendente, considerando que as desigualdades econômicas e sociais aumentaram no mesmo período. A pesquisa analisou dados do Centro Nacional de Estatísticas da Saúde, abarcando 741 zonas de deslocamento, tanto urbanas quanto rurais.

Principais resultados do estudo incluem:

  • Redução das disparidades nas taxas de homicídio entre diferentes regiões.
  • Aumento das desigualdades econômicas e sociais.
  • Diminuição das diferenças na atuação policial, encarceramento e proporção da população afro-americana entre as regiões.

Uma possível justificativa para esses resultados pode ser que as diferenças na aplicação da lei e encarceramento pelo país tenham diminuído. Desde os anos 1970, as práticas policiais podem ter se tornado mais uniformes nos EUA, resultando em uma perseguição mais homogênea dos crimes violentos. Isso pode significar que, mesmo em áreas mais pobres, tenha havido manutenção suficiente da lei para evitar o aumento das taxas de criminalidade violenta.

Autoridades federais e estaduais têm contribuído para a redução da violência em áreas carentes. Quando as delegacias locais são fechadas por problemas financeiros, agências estaduais e federais entram em ação para garantir que os crimes violentos sejam devidamente tratados.

Esses resultados contrastam com as tendências de outros indicadores sociais, como a expectativa de vida. Desde a década de 1960, a diferença na expectativa de vida entre várias regiões aumentou, em grande parte devido a políticas estaduais sobre impostos sobre o tabaco e expansões do Medicaid.

O estudo de Boylan contesta a ideia de que a perda de empregos, especialmente na região do cinturão da ferrugem, resulta em taxas de criminalidade desiguais. Dados atuais mostram que, mesmo com o aumento das desigualdades econômicas e sociais, a diferença nas taxas de crimes violentos diminuiu. Isso enfatiza a necessidade de considerar diversos fatores ao analisar as tendências de crimes violentos e as condições econômicas.

Este estudo é relevante para os formuladores de políticas públicas. Ele demonstra que padronizar as práticas de aplicação da lei em todas as regiões pode ajudar a diminuir as disparidades nos índices de crimes violentos entre áreas diferentes. Além disso, ao perceber que a desigualdade econômica não está diretamente relacionada aos crimes violentos, é possível desenvolver políticas mais eficazes, especialmente na alocação de recursos para a polícia local e programas comunitários.

Disparidades econômicas e sociais geram desafios, mas seu impacto nas taxas de criminalidade violenta talvez não seja tão direto quanto imaginávamos. Este estudo oferece uma nova perspectiva sobre como as condições econômicas influenciam a violência nos EUA.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0308799

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Richard T. Boylan. Are the geographic disparities in U.S. violent crime rising? PLOS ONE, 2024; 19 (8): e0308799 DOI: 10.1371/journal.pone.0308799
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