Cientistas desvendam a evolução conjunta da vida e do ambiente na Terra primitiva

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Linha do tempo mostrando a coevolução da vida e do ambiente no início da Terra

São PauloUm grupo de cientistas das universidades de Syracuse, Oxford e Stanford investigou como a vida primitiva na Terra e seu ambiente evoluíram juntos ao longo de 500 milhões de anos. As descobertas foram publicadas na National Science Review. Eles analisaram como essas mudanças ajudaram os primeiros organismos a prosperar.

Resumo do Estudo:

  • O Eon Fanerozoico inicial foi marcado por altos níveis de dióxido de carbono e baixos níveis de oxigênio.
  • As algas oceânicas tiveram um papel crucial na mudança das condições atmosféricas.
  • As algas absorviam dióxido de carbono e produziam oxigênio, transformando a habitabilidade.
  • Melhorias na fotossíntese ampliaram o campo químico para a vida.
  • Os níveis de oxigênio nos oceanos eram variáveis e afetaram a evolução dos animais.

Cerca de 540 milhões de anos atrás, durante o início do Éon Fanerozoico, os níveis de dióxido de carbono eram elevados e o oxigênio era escasso, tornando difícil a sobrevivência dos organismos modernos. As algas marinhas desempenharam um papel crucial na resolução desse problema. Através da fotossíntese, elas absorviam dióxido de carbono e liberavam oxigênio, modificando significativamente o ambiente químico.

Zunli Lu, professor de geoquímica na Universidade de Syracuse, esclarece que compreender este processo é complexo. Os cientistas utilizam pistas geoquímicas e modelos computacionais para estudar os níveis de oxigênio nos oceanos ao longo do tempo. Essas variações tiveram um grande impacto na sobrevivência dos animais marinhos.

Jonathan Payne, da Stanford, investiga como as necessidades de oxigênio dos animais antigos influenciaram sua sobrevivência ou extinção. Sua pesquisa revela como as variações nos níveis de oxigênio impactaram a evolução animal, permitindo que se movessem para novos habitats e se adaptassem a novos ambientes.

Rosalind Rickaby, professora de geologia em Oxford, explica que as algas precisaram adaptar seu processo de fotossíntese devido às variações nos níveis de oxigênio e dióxido de carbono. Elas criaram áreas internas para gerenciar melhor o ambiente de fotossíntese. Isso as tornou mais eficientes e ajudou a sustentar outras formas de vida.

A pesquisa demonstra que a vida alterou o ambiente, e essas mudanças impactaram a evolução das espécies. Esse processo tornou a Terra mais habitável ao longo de milhões de anos. Na primeira metade da era Fanerozoica, as condições melhoraram para a vida, e na segunda metade, a vida se adaptou a essas condições.

Os pesquisadores sugerem a análise da distribuição do oxigênio nos oceanos, indícios de fotossíntese e registros antigos que comprovem a sobrevivência de organismos. Isso ajudará a compreender melhor os fatores que influenciam a capacidade da Terra de sustentar vida.

Este estudo revela que a evolução da vida envolve diversos processos biológicos e químicos. Ao aprofundar nosso conhecimento sobre isso, podemos compreender melhor a história da vida na Terra.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1093/nsr/nwae099

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Zunli Lu, Rosalind E M Rickaby, Jonathan L Payne, Ashley N Prow. Phanerozoic co-evolution of O2-CO2 and ocean habitability. National Science Review, 2024; 11 (6) DOI: 10.1093/nsr/nwae099
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