Anomalias do uso de oxigênio na síndrome de Down reveladas por cientistas

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Por Bia Chacu
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Célula humana com vias de processamento de oxigênio destacadas.

São PauloCientistas do Instituto Linda Crnic para Síndrome de Down, na Universidade do Colorado, Campus Médico Anschutz, identificaram grandes diferenças no uso de oxigênio e na função das células vermelhas do sangue em pessoas com síndrome de Down. Seu novo estudo publicado na Cell Reports revela que a presença de um cromossomo 21 extra resulta em uma condição semelhante a níveis baixos de oxigênio, o que impacta significativamente a saúde. Essa descoberta pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para melhorar a qualidade de vida daqueles com síndrome de Down.

Diferenças Principais Identificadas no Estudo:

A pesquisa revelou várias diferenças importantes:

  • Alterações na expressão gênica indicando baixa disponibilidade de oxigênio
  • Níveis aumentados de fatores e proteínas induzíveis por hipóxia
  • Superprodução de eritropoietina (EPO)
  • Eritropoiese sob estresse envolvendo fígado e baço

As descobertas são importantes porque revelam que pessoas com síndrome de Down frequentemente apresentam baixos níveis de oxigênio, semelhantes àqueles observados em grandes altitudes ou em indivíduos que recebem EPO. É essencial investigar os altos níveis de EPO e a necessidade de outros órgãos além da medula óssea para auxiliar na produção de glóbulos vermelhos.

Oxigênio é fundamental para as células e o metabolismo. Pesquisas indicam que níveis baixos de oxigênio podem causar diversos problemas de saúde em pessoas com síndrome de Down. Isso está ligado a estudos em andamento sobre apneia do sono e problemas cardíacos e pulmonares comuns nesse grupo. Resolver um problema, como a apneia do sono, pode ajudar a melhorar os níveis de oxigênio e a saúde geral.

O estudo revelou que níveis baixos de oxigênio e a produção de células sanguíneas relacionada ao estresse em camundongos são semelhantes ao que ocorre em pessoas com síndrome de Down. Isso sugere que os problemas advêm de questões genéticas ligadas à síndrome. O uso de modelos animais auxilia os pesquisadores a compreender melhor esses mecanismos e a encontrar formas de solucioná-los.

Além disso, embora a Síndrome de Down apresente maior inflamação, este estudo descobriu que reduzir a inflamação por si só não resolve os baixos níveis de oxigênio. Isso indica que a relação entre oxigênio baixo, atividade genética e sistemas corporais é mais complexa e precisa de mais pesquisas.

Desenvolver novas estratégias para melhorar o controle dos níveis de oxigênio pode trazer grandes benefícios para os pacientes. Ao identificar os genes específicos envolvidos e compreender seu funcionamento, os cientistas poderão criar tratamentos direcionados a esses genes. Isso pode ajudar em diversas condições de saúde, como problemas de memória e sistema imunológico enfraquecido.

Essa descoberta destaca a relevância das pesquisas sobre a Síndrome de Down. Ela sugere maneiras de melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas. Pesquisas futuras provavelmente focarão tanto no corpo quanto nos genes.

Estudos aprofundados do Projeto Humano Trissomia mostram que uma pesquisa detalhada pode revelar informações cruciais sobre distúrbios genéticos. Isso pode resultar em tratamentos mais personalizados e eficazes para a Síndrome de Down. A meta é que a pesquisa contínua produza soluções úteis que possam ser rapidamente incorporadas aos cuidados médicos, melhorando tanto a expectativa quanto a qualidade de vida das pessoas com Síndrome de Down.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.celrep.2024.114599

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Micah G. Donovan, Angela L. Rachubinski, Keith P. Smith, Paula Araya, Katherine A. Waugh, Belinda Enriquez-Estrada, Eleanor C. Britton, Hannah R. Lyford, Ross E. Granrath, Kyndal A. Schade, Kohl T. Kinning, Neetha Paul Eduthan, Kelly D. Sullivan, Matthew D. Galbraith, Joaquin M. Espinosa. Multimodal analysis of dysregulated heme metabolism, hypoxic signaling, and stress erythropoiesis in Down syndrome. Cell Reports, 2024; 43 (8): 114599 DOI: 10.1016/j.celrep.2024.114599
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