Novo estudo revela a evolução social: o impacto das trocas de presentes

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Por Chi Silva
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Mãos trocando um presente embrulhado com fundo de globo.

São PauloSociedades humanas evoluíram de pequenos grupos para tribos, chefias e reinos. Um estudo recente de Kenji Itao e Kunihiko Kaneko apresenta uma nova perspectiva para compreender essas transformações, focando na troca de presentes. Publicado na revista PLOS Complex Systems, o estudo revela como a prática de dar presentes influencia rankings sociais e desigualdades econômicas.

Os pesquisadores desenvolveram um modelo para demonstrar como a troca de presentes pode transformar os grupos sociais. Presentear não apenas beneficia quem recebe, mas também eleva o prestígio de quem dá. Seus testes revelaram diferentes estágios na organização da sociedade, visíveis na distribuição de riqueza e reputação.

  • Bando: Tanto as desigualdades econômicas quanto sociais são mínimas. A riqueza e a reputação social seguem uma distribuição exponencial, sugerindo flutuações aleatórias.
  • Tribo: Surge a disparidade econômica enquanto a disparidade social permanece baixa. A riqueza segue uma lei de potência, mostrando que alguns indivíduos acumulam mais que outros.
  • Chefia: Desigualdades econômicas e sociais se tornam acentuadas. Tanto a riqueza quanto a reputação social seguem distribuições de lei de potência, refletindo uma dinâmica onde os ricos ficam mais ricos.
  • Reino: Existe uma forte disparidade econômica com um outlier na reputação social - o monarca. A riqueza ainda segue uma lei de potência, mas a reputação social torna-se exponencial com exceção do monarca.

O modelo deles mostra que a frequência e o tamanho dos presentes dados afetam o estágio em que uma sociedade se encontra. Por exemplo, presentes mais frequentes e maiores levam a sociedade a estágios com maiores desigualdades econômicas e sociais, como chefias e reinos. Isso significa que não só a oferta de presentes, mas também a quantidade e a frequência deles moldam as estruturas sociais.

Essas descobertas estão de acordo com o que sabemos da antropologia e da história. As sociedades de bandas tendem a ser mais igualitárias em termos de riqueza. As diferenças entre chefaturas e reinos também corroboram teorias anteriores sobre desigualdade social. Padrões históricos mostram que monarcas geralmente possuem um status especial e são vistos como distintos do resto da população.

O estudo utiliza matemática para explicar teorias das ciências sociais, ajudando-nos a compreender como as estruturas sociais se desenvolvem. É interessante como algo tão simples como a troca de presentes pode influenciar a organização das sociedades. Ao incorporar modelos quantitativos às teorias sociais, podemos analisar a história humana e a evolução social com mais detalhes e baseados em dados.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pcsy.0000001

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Kenji Itao, Kunihiko Kaneko. Emergence of economic and social disparities through competitive gift-giving. PLOS Complex Systems, 2024; 1 (1): e0000001 DOI: 10.1371/journal.pcsy.0000001
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