Nova pesquisa: estudo sobre a ilusão do coelho visual avança significativamente

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Por João Silva
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Ilustração de experimento visual da ilusão do coelho em andamento.

São PauloPesquisadores da Universidade de Kyushu descobriram novos tipos de um truque visual já conhecido. Eles analisaram como percebemos o movimento de luzes piscando. Seus resultados, publicados em 21 de maio na i-Perception, mostram que quando três luzes piscam rapidamente na visão periférica, nosso cérebro as vê como uma linha reta. A segunda luz parece estar no meio, independentemente de sua posição real.

Aqui estão os pontos principais do estudo:

  • A ilusão acontece com três flashes rápidos na visão periférica.
  • Nosso cérebro coloca o segundo flash no ponto médio, e não na sua localização real.
  • Isso ocorre independentemente de onde o segundo flash está realmente posicionado.

Os primeiros experimentos usaram três flashes: dois no mesmo ponto e o terceiro à direita. As pessoas viam o segundo flash no meio desses pontos. Pesquisadores da Universidade de Kyushu alteraram isso movendo o segundo flash, mas as pessoas ainda experienciavam a ilusão.

Os participantes concentraram-se nos primeiros e terceiros flashes com a visão periférica. Eles ajustaram os tempos dos flashes e os intervalos para criar uma ilusão. Em três testes, as pessoas erraram o tempo do segundo flash. Com frequência, achavam que ele aparecia aproximadamente no meio do primeiro e último flash. Esse engano aconteceu mesmo quando o segundo flash estava, na verdade, na posição do terceiro flash ou mais à direita.

Sheryl Anne Manaligod de Jesus, a principal autora do estudo, afirmou que os pesquisadores descobriram que os flashes não precisam estar em linha reta para que as pessoas vejam uma ilusão. Mesmo quando o segundo flash estava acima ou abaixo do meio, as pessoas ainda o percebiam próximo ao centro.

Nossos olhos percebem flashes rápidos como uma única imagem clara. Isso faz com que as coisas pareçam mais simples e conectadas. Poderíamos aprender mais comparando como humanos e IA veem esses flashes. Isso pode nos ajudar a entender se nossa visão é mais simples ou mais complexa do que pensávamos.

O que percebemos não depende apenas dos nossos olhos; é uma criação do nosso cérebro, moldada pela nossa atenção e memórias. Isso torna o testemunho ocular menos confiável. Segundo de Jesus, nosso cérebro às vezes usa eventos posteriores para entender os anteriores, em um processo chamado postdição. Assim, a maneira como lembramos de um evento passado pode ser alterada pelo que acontece depois, levando-nos a acreditar que vimos coisas que na verdade não aconteceram.

A visão periférica não é confiável ao rastrear objetos em movimento rápido. Mais estudos sobre as ilusões de saltação visual podem nos ajudar a entender melhor como enxergamos e a melhorar nossa visão periférica. O próximo passo da equipe é investigar como a atenção afeta essa ilusão.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1177/20416695241254016

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Sheryl Anne Manaligod de Jesus, Hiroyuki Ito, Tama Kanematsu. Retracing the rabbit's path: Effects of altering the second flash position in the visual saltation illusion. i-Perception, 2024; 15 (3) DOI: 10.1177/20416695241254016
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