Novo material derivado de grafeno aprimora desempenho de neuropróteses, revela estudo do ICN2 e Inc-UAB

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
- em
Implante neural avançado aprimorado com material EGNITE derivado de grafeno.

São PauloUm novo material chamado EGNITE, produzido a partir de grafeno, está mostrando um grande potencial para melhorar as neuropróteses. Esse avanço é liderado pelo Instituto de Neurociências da UAB e pelo Instituto Catalão de Nanociência e Nanotecnologia (ICN2). O EGNITE auxilia na criação de eletrodos menores e mais eficazes para essas próteses.

Neuropróteses auxiliam pacientes com lesões nervosas ou amputações conectando seu sistema nervoso a dispositivos mecânicos, permitindo que recuperem funções dos membros. As neuropróteses atuais utilizam eletrodos feitos de metais como ouro, platina ou óxido de irídio. Esses materiais apresentam limitações, tornando essencial a descoberta de novos materiais para desenvolver eletrodos menores e mais precisos, que proporcionem uma melhor interação com os nervos.

Um estudo realizado pelo INc-UAB e ICN2 revelou que o EGNITE possui uma melhor condutividade. Abaixo estão alguns pontos importantes sobre esse novo material:

    • Eletrodos menores são possíveis
    • Interação seletiva com nervos
    • Seguro e biocompatível
    • Eficaz por até 60 dias

EGNITE conseguiu ativar músculos específicos em nervos ciáticos de ratos por até 60 dias durante os testes. Isso é impressionante em comparação com o uso de eletrodos metálicos tradicionais. A menor corrente elétrica necessária para essa ativação mostra que próteses utilizando EGNITE são mais eficientes.

Bruno Rodríguez-Meana, pesquisador de pós-doutorado no INc-UAB, explicou que esses eletrodos utilizam uma corrente elétrica menor para ativar os músculos em comparação com eletrodos metálicos maiores. O EGNITE não provocou alterações significativas nem aumento da inflamação, demonstrando ser seguro para o corpo. Ele pode interagir especificamente com um número menor de fibras nervosas, melhorando o funcionamento das neuropróteses.

O professor Xavier Navarro, chefe do estudo, enfatizou a importância do material ser compatível com o corpo para garantir seu funcionamento ao longo do tempo. Isso é crucial para o sucesso a longo prazo de dispositivos que auxiliam o sistema nervoso. O novo material pode melhorar significativamente a vida dos pacientes, contribuindo para suas habilidades e qualidade de vida.

Este estudo investigou se o EGNITE pode ajudar a estimular e monitorar nervos periféricos. Os resultados sugerem que o EGNITE pode ser extremamente benéfico para a medicina bioeletrônica. Os próximos passos incluem aprimorar a tecnologia EGNITE e utilizá-la em testes preliminares para sistemas de estimulação do nervo vago ou da medula espinhal.

A equipe de Jose Garrido no ICN2 foi essencial na criação do EGNITE e das interfaces neurais utilizadas no estudo. A colaboração entre o INc-UAB e o ICN2 destaca como a parceria pode resultar em grandes avanços na tecnologia médica.

Pesquisas indicam que o EGNITE pode melhorar significativamente a eficácia das neuropróteses. Devido às suas fortes propriedades elétricas, o desenvolvimento dessa tecnologia se torna essencial. O futuro é promissor para os pacientes que necessitam de neuropróteses, já que essa inovação pode aumentar a qualidade de vida ao restaurar algumas de suas funções perdidas.

EGNITE mostra potencial e os pesquisadores estão trabalhando para aplicar isso em tratamentos médicos. Isso pode revolucionar a fabricação e utilização de neuropróteses, oferecendo alternativas mais seguras e eficazes para os pacientes.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1002/advs.202308689

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Bruno Rodríguez‐Meana, Jaume del Valle, Damià Viana, Steven T. Walston, Nicola Ria, Eduard Masvidal‐Codina, Jose A. Garrido, Xavier Navarro. Engineered Graphene Material Improves the Performance of Intraneural Peripheral Nerve Electrodes. Advanced Science, 2024; DOI: 10.1002/advs.202308689
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário