Novo estudo: consequências da desestabilização do spliceossomo na saúde celular e possíveis tratamentos

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Alex Morales
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Vista microscópica da decomposição celular e proteínas danificadas.

São PauloCientistas de diversas partes do mundo descobriram uma nova maneira pela qual as células produzem proteínas. A interrupção desse processo pode levar a doenças como a retinite pigmentosa. Esse mecanismo afeta como as células organizam os planos das proteínas, essencial para sua formação. A pesquisa, realizada pela Universidade Goethe de Frankfurt, abre caminhos para desenvolver novos exames e tratamentos para diversas doenças, incluindo alguns tipos de câncer e distúrbios neurodegenerativos, como Parkinson e Alzheimer.

As proteínas são formadas por meio de um processo chamado splicing, no qual o spliceossomo modifica os transcritos gênicos. Essa modificação é essencial para criar a diversidade de proteínas que o corpo humano necessita.

  • Genes contêm instruções para a criação de proteínas.
  • A célula cria uma cópia dessas instruções.
  • O spliceossomo edita essa cópia, removendo certas partes.
  • O resultado é um plano modificado para diferentes proteínas.

O spliceossomo é composto por diversas partes, incluindo um conjunto de unidades chamado U4/U6.U5. Uma proteína conhecida como USP39 ajuda a manter essas unidades estáveis. Caso ocorram certas modificações ou se faltar USP39, o spliceossomo se torna instável. Isso pode tornar o processo de emenda mais lento e menos preciso, resultando em proteínas defeituosas que podem causar problemas nas células.

Estudo revela potencial de USP39 no combate ao câncer

A pesquisa descobriu que alguns tumores muito agressivos produzem grandes quantidades de uma proteína chamada USP39, entre outras semelhantes, para se dividirem rapidamente. Ao bloquear o USP39, pode-se eliminar as células cancerígenas sem afetar as células saudáveis, que se dividem mais devagar. Essa abordagem pode representar uma nova forma de tratar determinados tipos de câncer.

Os resultados do estudo vão além das doenças oculares e dos cânceres, podendo ajudar na compreensão de doenças como Alzheimer e Parkinson. Erros na forma como as células processam as instruções genéticas podem contribuir para essas doenças ao causar o acúmulo de proteínas prejudiciais e danos celulares. Compreender melhor esse processo pode levar a novos tratamentos que corrijam esses erros de processamento genético e ajudem no combate a essas condições.

Esta pesquisa ressalta a importância da precisão nos processos celulares. No futuro, tratamentos médicos podem depender do foco nesses mecanismos detalhados, trazendo esperança para pacientes com doenças relacionadas ao splicing. Com estudos contínuos, compreender os papéis específicos das partes do spliceossomo pode levar a novos tratamentos e ferramentas de diagnóstico.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/science.adi5295

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Cristian Prieto-Garcia, Vigor Matkovic, Thorsten Mosler, Congxin Li, Jie Liang, James A. Oo, Felix Haidle, Igor Mačinković, Alfredo Cabrera-Orefice, Rayene Berkane, Giulio Giuliani, Fenfen Xu, Anne-Claire Jacomin, Ines Tomaskovic, Marion Basoglu, Marina E. Hoffmann, Rajeshwari Rathore, Ronay Cetin, Doha Boutguetait, Süleyman Bozkurt, María Clara Hernández Cañás, Mario Keller, Jonas Busam, Varun Jayeshkumar Shah, Ilka Wittig, Manuel Kaulich, Petra Beli, Wojciech P. Galej, Ingo Ebersberger, Likun Wang, Christian Münch, Alexandra Stolz, Ralf P. Brandes, William Ka Fai Tse, Stefan Eimer, Didier Y. R. Stainier, Stefan Legewie, Kathi Zarnack, Michaela Müller-McNicoll, Ivan Dikic. Pathogenic proteotoxicity of cryptic splicing is alleviated by ubiquitination and ER-phagy. Science, 2024; 386 (6723): 768 DOI: 10.1126/science.adi5295
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