Novas revelações dos 'voos da morte' no México: comissão revela horrores

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Por Alex Morales
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Silhuetas de aviões sobre as ondas turbulentas de um oceano escuro.

São PauloComissão da Verdade do México Revela Detalhes sobre 'Voos da Morte'

A Comissão da Verdade do México revelou recentemente mais detalhes sobre os "voos da morte" que ocorreram durante a "guerra suja" no país, entre 1965 e 1990. Nesses voos, muitas pessoas, frequentemente guerrilheiros e ativistas, foram jogadas de aeronaves no Oceano Pacífico, e algumas ainda estavam vivas quando isso aconteceu.

Principais descobertas do relatório incluem:

  • A possível execução de até 1.500 pessoas em voos da morte, conforme estimativas da comissão da verdade.
  • A participação de militares nesses voos, confirmada por depoimentos individuais.
  • A existência de diários de bordo que documentam cerca de 55 voos, com evidências de aproximadamente 183 vítimas cujos nomes correspondem aos desaparecidos durante a campanha contra-insurgente.

Durante a ditadura militar na Argentina, os voos da morte são bem conhecidos. No entanto, no México, seu uso na década de 1970 é menos documentado. Informações recentes mostram que essas execuções foram feitas de forma mais espontânea. Corpos começaram a aparecer na costa, levando os militares a colocarem as vítimas em sacos com pesos para escondê-las.

O relatório da comissão da verdade detalha diversos abusos além dos voos da morte em suas 4.000 páginas. Entre os abusos, estão execuções, torturas, desaparecimentos e deslocamentos forçados de diferentes grupos, como agricultores, estudantes, ativistas sindicais e povos indígenas. O documento identifica cerca de 4.500 vítimas de abusos graves, das quais 1.450 foram mortas e 517 desapareceram sem deixar rastros.

Essas ações demonstram a crueldade do governo e seu modo organizado de oprimir a população. As investigações começaram durante o mandato do Presidente Vicente Fox, de 2000 a 2006, mas poucos foram responsabilizados. Instituições como o Exército e o Centro de Inteligência Nacional têm impedido os esforços para descobrir a verdade ao negar e destruir documentos.

O presidente Luis Echeverría, que esteve no poder de 1970 a 1976, foi o primeiro presidente mexicano formalmente acusado de atividades criminosas relacionadas à 'guerra suja'. A comissão da verdade recomendou investigar 600 pessoas, evidenciando o grande número de envolvidos nessas ações ilícitas.

Essas descobertas são cruciais para compreender o nível de violência estatal durante a 'guerra suja' no México. Elas ressaltam a necessidade de justiça para as vítimas e uma investigação minuciosa desses crimes históricos. Os esforços da comissão da verdade são um bom começo, mas ainda há muito trabalho a ser feito para lidar com as consequências da repressão passada no México.

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