Aproveitamento de implantes cerebrais inteligentes para controlar os sintomas do Parkinson

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Por Ana Silva
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Ilustração de implante cerebral com sinais melhorando a mobilidade do paciente.

São PauloMarcapassos cerebrais inteligentes são nova esperança para Parkinson

Marcapassos cerebrais inteligentes, conhecidos como estimulação cerebral profunda adaptativa (aDBS), são um novo tratamento para a doença de Parkinson. Estudos recentes da UC San Francisco mostram que esses dispositivos podem proporcionar estimulação cerebral contínua e personalizada. Eles monitoram a atividade cerebral e ajustam os sinais elétricos em tempo real, oferecendo uma maneira customizada de controlar os sintomas do Parkinson, tanto de dia quanto de noite.

Destaques do aDBS:

  • Monitoramento em tempo real da atividade cerebral
  • Níveis de estimulação ajustáveis conforme os sintomas
  • Tratamento eficaz para problemas motores e de sono
  • Permite controle do usuário sobre os modos adaptativos

A Doença de Parkinson afeta cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente devido à perda de neurônios produtores de dopamina no cérebro. O tratamento usual começa com um medicamento chamado levodopa, mas seus efeitos são inconsistentes, resultando em problemas como movimentos descontrolados ou rigidez quando o efeito do remédio passa. A estimulação cerebral profunda (DBS) tem sido usada para fornecer uma estimulação contínua, mas às vezes pode oferecer uma ajuda insuficiente ou excessiva para os sintomas.

A tecnologia de DBS adaptativo utiliza algoritmos inteligentes para detectar ritmos cerebrais associados aos sintomas. Ela reduz movimentos excessivos quando a medicação está funcionando e aumenta a estimulação quando ela perde efeito, prevenindo a rigidez. O dispositivo se ajusta em tempo real, garantindo que os pacientes recebam a quantidade correta de estimulação o tempo todo. Ensaios clínicos mostram que isso reduz a gravidade dos sintomas em 50%.

Pesquisadores da UCSF descobriram que o núcleo subtalâmico (NST), uma parte do cérebro que ajuda a controlar o movimento, é crucial para reconhecer ritmos cerebrais. Eles também examinaram o córtex motor e perceberam que ele envia sinais claros que não são afetados pela estimulação cerebral profunda (ECP). Isso o torna uma ótima escolha para criar um sistema que ajuste tratamentos em tempo real. Essa descoberta pode beneficiar muitos pacientes, melhorando tanto seus movimentos quanto seu sono.

Ao contrário do DBS tradicional, o aDBS se ajusta às necessidades do paciente em tempo real. Esse método personalizado controla melhor os sintomas durante o dia e também auxilia problemas de sono, comuns em pacientes com Parkinson. O sistema de circuito fechado detecta padrões de sono e ajusta a estimulação para evitar despertares noturnos.

Cientistas estão pesquisando o uso de tecnologias semelhantes para tratar outros problemas de saúde mental e do cérebro, como depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. Ajustando a estimulação com base na atividade cerebral em tempo real, esses dispositivos avançados oferecem um método inovador e promissor para tratar diversas condições.

Com mais estudos e avanços, a DBS adaptativa pode se tornar um tratamento comum não só para Parkinson, mas também para outras doenças neurológicas, contribuindo para uma melhor qualidade de vida dos pacientes.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41591-024-03196-z

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Carina R. Oehrn, Stephanie Cernera, Lauren H. Hammer, Maria Shcherbakova, Jiaang Yao, Amelia Hahn, Sarah Wang, Jill L. Ostrem, Simon Little, Philip A. Starr. Chronic adaptive deep brain stimulation versus conventional stimulation in Parkinson’s disease: a blinded randomized feasibility trial. Nature Medicine, 2024; DOI: 10.1038/s41591-024-03196-z
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