França enfrenta impasse político após eleição dividida entre três blocos
São PauloNa França, os votos são divididos entre a esquerda, o centro e a extrema-direita. Sem uma maioria clara, o risco de impasse político é iminente.
Primeiro-ministro Gabriel Attal anuncia que deixará o cargo na segunda-feira, mas pode permanecer até as Olimpíadas, se necessário. Novos e antigos parlamentares se reunirão na Assembleia Nacional para discutir. Presidente Macron participará de uma reunião da OTAN em Washington ainda esta semana.
O desacordo político pode influenciar os mercados e a guerra na Ucrânia. Além disso, coloca em risco a diplomacia global e a estabilidade econômica da Europa.
Resultados eleitorais: Nova Frente Popular lidera, seguido por aliança de Macron
De acordo com os resultados oficiais divulgados na manhã de segunda-feira:
- A coalizão de esquerda Nova Frente Popular conquistou pouco mais de 180 assentos, ficando em primeiro lugar.
- A aliança centrista de Macron obteve mais de 160 assentos.
- O partido de extrema-direita de Marine Le Pen, o Rali Nacional, e seus aliados conquistaram mais de 140 assentos, ficando em terceiro lugar.
Nenhum partido conquistou os 289 assentos necessários para controlar a Assembleia Nacional de 577 cadeiras. Macron ainda tem três anos restantes em seu mandato presidencial.
Líderes da Nova Frente Popular querem que Macron permita que eles formem um governo e escolham um primeiro-ministro. Eles planejam reverter muitas das reformas de Macron e aumentar os gastos públicos. Também desejam adotar uma postura mais rígida contra Israel devido ao conflito com o Hamas. No entanto, não está claro quem da esquerda poderia liderar sem perder aliados importantes.
Um parlamento sem maioria é uma situação inédita para a França moderna. Apesar da incerteza, apoiadores de esquerda comemoraram na Praça da República no leste de Paris. Marielle Castry, uma secretária médica de 55 anos, sentiu-se aliviada quando ouviu os resultados no metrô. Ela observou que todos tinham smartphones e que todos ficaram muito felizes.
Os partidos de esquerda e centro uniram-se para barrar o avanço do Rassemblement National. Muitos eleitores preferiram evitar que a extrema direita assumisse o poder, em vez de votarem no seu partido habitual. Luc Doumont, um apoiante de extrema direita de 66 anos, estava com sentimentos contraditórios. Ele afirmou estar desapontado, mas também satisfeito com o progresso alcançado.
A líder do partido Rassemblement National, Le Pen, pretende se candidatar novamente à presidência em 2027. Ela acredita que as próximas eleições são cruciais para o sucesso futuro.
A campanha foi marcada por racismo, antissemitismo e desinformação vinda da Rússia. Mais de 50 candidatos relataram ter sido fisicamente agredidos, algo raro na França.
A França enfrenta um impasse político com votos divididos entre partidos de esquerda, centro e extrema-direita.
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