Estudo revela: peixes entendem reflexo e o próprio tamanho

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Por João Silva
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Peixes se examinando no reflexo de espelho subaquático.

São PauloPesquisadores da Universidade Metropolitana de Osaka e da Universidade de Neuchâtel descobriram que peixes podem demonstrar autoconsciência. Em seu estudo, o peixe-limpador (Labroides dimidiatus) usou espelhos para comparar seu tamanho com o de outros peixes. Isso revela um nível de cognição que os cientistas antes acreditavam ser exclusivo de humanos e alguns primatas.

O estudo revela os seguintes achados principais:

  • O peixe limpador ustensiu espelhos para avaliar seu tamanho corporal.
  • Os peixes ajustaram suas ações baseando-se no reflexo que viam.
  • Este comportamento está ligado a elementos de autoconsciência, como objetivos e intenções pessoais.

Pesquisas anteriores revelaram que esses peixes conseguiam se reconhecer em fotos, demonstrando um tipo de autoconsciência. A pesquisa mais recente colocou espelhos nos aquários para observar como os peixes se comparam com outros. Esse comportamento indica que os peixes não estão apenas vendo um reflexo, mas compreendendo-o, sugerindo uma consciência de si mesmos.

Repercussões na Compreensão da Autoconsciência

O entendimento da autoconsciência é profundamente influenciado por diversos fatores que podem alterar a forma como nos percebemos. Estudos recentes sugerem que experiências culturais e sociais desempenham um papel vital no desenvolvimento dessa consciência. Além disso, a introspecção constante e uma análise crítica das próprias ações e pensamentos são fundamentais para um maior autoconhecimento. Em resumo, a autoconsciência é um processo dinâmico que requer tanto influências externas quanto reflexões internas contínuas para ser plenamente compreendida.

Esta descoberta faz com que os cientistas reavaliem como a autopercepção evoluiu. Anteriormente, acreditava-se que apenas animais mais desenvolvidos possuíam essas habilidades cognitivas complexas. No entanto, ao observar essas capacidades em peixes, surge a possibilidade de que a autopercepção tenha surgido muito antes do imaginado. Isso desafia a ideia de níveis de inteligência entre os animais e demonstra que até mesmo criaturas simples podem ter competências surpreendentemente complexas.

Este estudo pode transformar a nossa percepção sobre a inteligência e o comportamento animal. Compreender que peixes, geralmente considerados animais simples, podem demonstrar sinais de autoconsciência, pode impactar áreas como a psicologia animal e nosso tratamento dos animais. Os pesquisadores também podem encontrar semelhanças no desenvolvimento da autoconsciência entre diferentes espécies, oferecendo insights sobre táticas de sobrevivência e benefícios evolutivos.

Estas descobertas indicam que mais pesquisas poderiam investigar a consciência que outros animais têm de si próprios. Os cientistas podem analisar se os animais conseguem se reconhecer em diferentes superfícies reflexivas, não apenas em espelhos. Compreender a autoconsciência dos animais pode ajudar a aprimorar a tecnologia e a inteligência artificial, imitando essas capacidades. Isso também nos leva a reconsiderar questões fundamentais sobre o que significa ser consciente e inteligente nas diferentes espécies.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41598-024-70138-7

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Taiga Kobayashi, Masanori Kohda, Satoshi Awata, Redouan Bshary, Shumpei Sogawa. Cleaner fish with mirror self-recognition capacity precisely realize their body size based on their mental image. Scientific Reports, 2024; 14 (1) DOI: 10.1038/s41598-024-70138-7
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