Eleições na Europa: extrema direita avança. O que vem a seguir?
São PauloOs partidos de extrema-direita tiveram um bom desempenho nas eleições europeias. Isso provavelmente dificultará a tomada de decisões rápidas pela União Europeia. Assuntos importantes como a mudança climática e os subsídios agrícolas podem levar mais tempo para serem resolvidos.
A Europa foi palco de duas guerras mundiais e do Holocausto, resultando na criação da União Europeia para evitar tragédias semelhantes. Países que antes eram inimigos começaram a comercializar, abriram suas fronteiras e compartilharam uma moeda. O objetivo era trazer estabilidade após muitos anos de conflitos.
O mercado único da UE ajuda a Europa a se manter competitiva globalmente. Sua economia robusta torna suas sanções impactantes, afetando países como a Rússia. As regras da UE sobre emissões de carbono e privacidade de dados estabeleceram padrões globais. A aprovação dessas regras exigiu o acordo de 27 países e do Parlamento Europeu.
As instituições democráticas na União Europeia estão sob crescente pressão devido ao aumento da violência política na Alemanha, Eslováquia e Dinamarca, às restrições à liberdade de imprensa na Hungria, e ao tratamento inadequado dos migrantes em toda a Europa.
A União Europeia tem apoiado a Ucrânia desde a invasão russa em 2022. Muitos europeus consideram a guerra uma ameaça grave. A UE forneceu bilhões em ajuda financeira e militar à Ucrânia e impôs sanções a autoridades e empresas russas.
Os resultados das eleições podem dificultar as negociações sobre a Ucrânia. Partidos nacionalistas do grupo ECR apoiam a Ucrânia. O grupo ID, que inclui Marine Le Pen da França, demonstra uma inclinação maior para a Rússia. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, continua mantendo uma relação estreita com Putin.
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Grupos de extrema-direita estão fragmentados e concentram-se principalmente em seus próprios países, o que dificulta a cooperação entre eles na Europa. Esses grupos se dividem em três categorias principais.
- ECR populista
- Grupo ID com facções de extrema-direita
- Partidos não alinhados
Resultados provisórios indicam que esses três grupos possuem pelo menos 130 dos 720 assentos. A influência deles dependerá de sua capacidade de colaboração, mesmo com as divergências. O partido Alternativa para a Alemanha foi expulso do grupo ID após seu líder fazer um comentário polêmico. O partido governante da Hungria, Fidesz, atualmente não está alinhado a nenhum grupo. Analistas acreditam que a extrema-direita tentará promover suas políticas nacionalistas e anti-imigração no parlamento.
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou eleições legislativas antecipadas após ter sido derrotado pelo partido de extrema-direita de Le Pen. O partido pró-europeu de Macron obteve menos da metade do apoio do partido Rassemblement National de Le Pen. Ele espera que os eleitores limitem a influência da extrema-direita nas eleições nacionais.
Macron optou por dissolver o parlamento, uma decisão arriscada. Essa ação pode levar à extrema direita a liderar o governo pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial. Macron ainda tem três anos restantes em seu último mandato e precisaria cooperar com um primeiro-ministro de um partido opositor.
As eleições na França ocorrerão em duas fases, nos dias 30 de junho e 7 de julho.
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