Segredos do termostato: sua infância pode influenciar a temperatura ideal, diz estudo científico

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Termostato exibindo temperatura com fundos aconchegantes e frios.

São PauloPesquisadores descobriram uma ligação entre as temperaturas que ajustamos em nossas casas e o ambiente em que crescemos. Um estudo publicado na revista PLOS Climate por cientistas da National University of Ireland Maynooth e da University of Maryland investigou essa relação. Eles entrevistaram 2.128 pessoas nos EUA para entender quais fatores influenciam a forma como regulam seus termostatos residenciais.

Principais Descobertas:

  • As temperaturas da casa durante a infância influenciam as configurações atuais do termostato.
  • A conexão com a comunidade impacta as preferências de temperatura em casa.
  • Quase metade das famílias nos EUA não ajusta o termostato para economizar energia.

Metade da eletricidade consumida anualmente nas residências dos EUA é destinada ao aquecimento e resfriamento. No entanto, menos da metade dos proprietários ajusta seus termostatos para economizar energia. Isso indica que reduzir o consumo de energia em casa pode ser uma boa estratégia para combater as mudanças climáticas.

O estudo perguntou às pessoas sobre a temperatura média que ajustam seus termostatos no inverno, tanto nas casas atuais quanto na infância. Além disso, investigou o quanto se sentiam emocionalmente conectadas às suas comunidades atuais, algo denominado como "encaixe comunitário." Os pesquisadores levaram em conta fatores como idade, gênero e renda. O grupo de participantes era representativo da população dos Estados Unidos, tornando os resultados amplamente aplicáveis.

A temperatura do lar na infância influencia a pessoa mais tarde. Por exemplo, indivíduos de lugares frios como Nova Iorque, que cresceram em casas aquecidas, tendem a preferir suas residências atuais mais aquecidas também. Isso demonstra que as preferências de conforto são estabelecidas cedo.

A pesquisa revelou que pessoas que sentem uma conexão com sua comunidade tendem a ajustar a temperatura de suas casas de forma similar aos seus vizinhos. Por exemplo, um morador de Nova York que se sente ligado à cidade pode manter sua casa mais fresca, se isso for o comum por lá. Por outro lado, alguém que não se sente tão conectado pode preferir um ambiente doméstico mais quente.

Os pesquisadores afirmam que, para incentivar a conservação de energia, é crucial criar políticas alinhadas com a identidade e os valores das diferentes comunidades. No entanto, eles também destacam que conexões comunitárias fortes nem sempre resultam em economia de energia, especialmente em áreas mais abastadas. Mais estudos a longo prazo são necessários para investigar outros fatores, como a renda familiar.

Este estudo demonstra que campanhas de economia de energia podem ser mais eficazes quando adaptadas às comunidades locais. Os formuladores de políticas devem considerar os valores e as identidades locais ao criar essas campanhas. Por exemplo, poderiam organizar desafios comunitários ou atividades em grupo para incentivar as pessoas a reduzirem a calefação coletivamente.

Aprender sobre esses comportamentos pode ajudar a encontrar novas maneiras de incentivar as pessoas a economizar energia em casa. Perguntar aos seus pais por que a casa é mantida fria ou quente pode te dar algumas respostas. Os hábitos deles e a comunidade onde você vive podem estar influenciando suas escolhas. Esse novo conhecimento pode ajudar a criar políticas eficientes de economia de energia.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1371/journal.pclm.0000407

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Dritjon Gruda, Paul Hanges. Turn down for watt: Community fit and thermal comfort habituation predict average household heating energy consumption. PLOS Climate, 2024; 3 (7): e0000407 DOI: 10.1371/journal.pclm.0000407
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