Boeing admite culpa em fraude após tragédia com 737 MAX

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Por Ana Silva
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Logotipo da Boeing com plano de fundo do avião 737 Max no solo.

São PauloA Boeing confessou fraude para promotores federais. Isto está relacionado ao seu 737 Max. O acordo vem após dois acidentes que tiraram 346 vidas na Indonésia e na Etiópia.

Boeing é condenada por fraude

A Boeing enganou a Administração Federal de Aviação (FAA) e, como consequência, deverá pagar uma multa de $487,2 milhões e investir $455 milhões para melhorar a segurança. Além disso, a empresa ficará em liberdade condicional por três anos.

O Departamento de Justiça revelou um acordo neste domingo. Promotores afirmaram que a Boeing cometeu o delito mais grave que eles podiam provar facilmente. Inicialmente, em 2021, a Boeing foi acusada de fraude, mas pagou uma multa e aceitou um acordo de suspensão de processo. No entanto, o Departamento de Justiça descobriu que a Boeing não cumpriu este acordo, o que resultou no atual acordo judicial.

Parentes das vítimas do acidente estão se manifestando. Eles querem um julgamento, uma multa mais alta e que os líderes da Boeing sejam responsabilizados. Alguns planejam pedir a um juiz no Texas que rejeite o acordo. Eles acreditam que é indulgente demais com a Boeing, considerando as vidas perdidas. Muitas famílias sentem que este acordo impede que obtenham fechamento e total responsabilidade.

Zipporah Kuria, de Londres, quer um julgamento para entender melhor o acidente na Etiópia que matou seu pai. Javier de Luis, professor do MIT cuja irmã morreu, acredita que a punição é insuficiente para um crime que tirou a vida de 346 pessoas. Nadia Milleron, que perdeu sua filha de 24 anos no acidente, também deseja que os CEOs sejam processados.

O acordo judicial da Boeing exige que a empresa pague uma multa de $243,6 milhões, invista $455 milhões em melhorias de segurança, fique em liberdade condicional por três anos sob supervisão judicial, tenha um monitor independente para verificar a conformidade e que a diretoria se reúna com as famílias das vítimas.

O acordo visa resolver a acusação contra a Boeing de enganar os reguladores sobre a segurança dos aviões. O juiz Reed O'Connor realizará uma audiência para decidir se o acordo será aprovado. Caso seja aprovado, ele não poderá alterar os termos. Se não for aprovado, novas negociações terão início. O'Connor já demonstrou respeito pelas decisões do Departamento de Justiça.

O Departamento de Justiça afirma que a Boeing será responsabilizada por enganar a FAA em 2017. Os acidentes ocorreram em 2018 e 2019, com apenas cinco meses de diferença. Apesar de admitir a culpa, a Boeing ainda enfrenta problemas, como investigações sobre o estouro de um painel em um voo da Alaska Airlines em janeiro, monitoramento mais rigoroso da FAA e acusações de trabalho malfeito e retaliação contra denuncias feitas por funcionários atuais e antigos.

Boeing fecha acordo judicial e assume responsabilidade por quedas do 737 Max. O acordo busca restaurar a confiança entre a empresa, o governo e as famílias afetadas.

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