Por que a extrema-direita não conquistou o Legislativo na França

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Por Ana Silva
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Pôsteres de campanha rasgados em uma parede externa desgastada.

São PauloNas eleições legislativas na França, o partido de extrema-direita Reunião Nacional fez um grande esforço, mas não conseguiu vencer. Apesar do trabalho árduo, vários fatores impediram que eles assumissem o controle.

A importância da "frente republicana"

A "frente republicana" é crucial. Este plano frequentemente evitou que a extrema-direita vencesse as eleições. Ele foi usado contra o pai de Marine Le Pen em 2002 quando concorreu à presidência. Jean-Marie Le Pen chegou ao segundo turno, mas perdeu feio para Jacques Chirac, pois os eleitores se uniram contra ele. Essa mesma estratégia tem sido repetidamente utilizada para manter a extrema-direita fora do poder.

A extrema direita não venceu porque suas propostas não atraíram a maioria dos eleitores, seus candidatos não eram muito populares e suas campanhas não foram fortes.

  • Retiradas estratégicas de partidos rivais
  • Verificações de antecedentes dos candidatos
  • Desempenho fraco em entrevistas na mídia
  • Medo e preocupação entre os eleitores

Nas recentes eleições, o grupo centrista de Macron e uma coalizão de partidos de esquerda uniram forças. Eles retiraram vários candidatos no segundo turno para concentrar votos contra os candidatos de extrema direita. Essa estratégia ajudou a derrotar muitos candidatos de extrema direita.

Ludivine Daoudi conquistou quase 20% dos votos em seu distrito na Normandia. No entanto, após a divulgação de uma foto em que ela aparecia usando um quepe de oficial nazista, o partido Reunião Nacional retirou sua candidatura.

Outros candidatos enfrentaram problemas semelhantes. Alguns tinham passados controversos e não lidavam bem com perguntas da mídia. Um dos candidatos já havia ameaçado um trabalhador da cidade com uma arma. Outro estava legalmente sob tutela, tornando-o inelegível para o cargo.

Essas revelações prejudicaram a reputação do Rally Nacional. Apesar de o partido tentar suavizar sua imagem e apresentar novas pessoas como o jovem Jordan Bardella, de 28 anos, ele não conseguiu se livrar de sua polêmica imagem.

O medo contínuo levou à derrota da extrema-direita, afirma analista

O pesquisador Brice Teinturier afirmou que a "frente republicana" teve um desempenho melhor do que o esperado. Já o analista François Heisbourg explicou que, à medida que a extrema-direita se aproximava do poder, acabou afastando mais eleitores do que conquistando. Esse medo persistente foi crucial para a sua derrota.

Os resultados finais revelaram que o Rally Nacional venceu 104 disputas, menos de um quarto das que disputaram. Agora, possuem um recorde de 143 cadeiras na Assembleia Nacional de 577 assentos, mas ainda são o terceiro maior grupo. Ficam atrás da coalizão de esquerda e da aliança de Macron, resultando em um parlamento sem maioria clara.

Jordan Bardella, que almeja ser primeiro-ministro sob a liderança de Le Pen, criticou os resultados e os classificou como vergonhosos. O porta-voz do Rassemblement National, Laurent Jacobelli, também atacou os resultados, chamando-os de injustos.

Bruno Clavet, membro do Rassemblement National, reconheceu ter cometido erros. Ele afirmou que fizeram escolhas equivocadas na seleção de candidatos e que os responsáveis regionais não verificaram os candidatos adequadamente.

O papel do "front republicano" e os erros cometidos durante a campanha foram determinantes para impedir que a extrema direita ganhasse as eleições legislativas na França. Apesar de terem avançado, preocupações e divergências em relação aos seus candidatos barraram seu maior controle.

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