Riqueza em risco: mudanças climáticas atingem os ricos mais rápido

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Por Alex Morales
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Casas de luxo ameaçadas pela elevação do nível do mar.

São PauloUm estudo do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK) revela que as mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global estão afetando cada vez mais as pessoas ricas. Embora os pobres ao redor do mundo ainda sejam os mais prejudicados pelas mudanças climáticas, a pesquisa descobriu que indivíduos ricos, especialmente em países desenvolvidos, estão enfrentando riscos econômicos em um ritmo mais acelerado do que o previsto.

Cientista do PIK, Anders Levermann, afirma que as ameaças econômicas decorrentes das mudanças climáticas aumentarão significativamente nos próximos 20 anos, impactando profundamente a produção e o consumo global. Alterações climáticas e incertezas no comércio prejudicarão economias, sobretudo em países em transição como China e Brasil. Países ricos também não estarão imunes.

EUA e UE enfrentam crescentes riscos econômicos

Os Estados Unidos e a União Europeia estão passando por um aumento dos riscos econômicos. Há mais investimentos em cadeias de suprimentos, bens de alto valor e mercados financeiros que podem ser facilmente afetados por mudanças repentinas. Setores importantes como o imobiliário e o de seguros são especialmente vulneráveis.

  • Aumento dos danos à propriedade devido a eventos climáticos severos
  • Prêmios de seguro mais altos e maior número de sinistros
  • Disrupções na cadeia de suprimentos afetando bens e serviços de luxo
  • Oscilações no mercado de ações afetando investimentos

Levermann explica que países mais ricos enfrentam aumentos mais rápidos no risco porque seus ativos estão fortemente interligados e dependem de condições estáveis. Cidades como Nova York e Londres, que são centros de grandes transações financeiras e possuem muita infraestrutura, podem ser mais afetadas por eventos climáticos extremos.

Cadeias Globais Impactadas por Problemas Locais

Cadeias de suprimentos globais conectam as economias do mundo, então problemas em uma área podem afetar muitas outras. Por exemplo, se um furacão atingir uma região industrial importante na Ásia, eletrônicos na Europa e nos EUA podem se tornar escassos e mais caros. Confiar em modelos de cadeia de suprimentos just-in-time agrava esses riscos.

Países com economias em transformação, como China e Brasil, enfrentam riscos. O rápido crescimento industrial os coloca em perigo, pois muitas fábricas estão concentradas em certas áreas. Condições climáticas adversas podem interromper a produção e causar problemas no comércio global.

Os resultados indicam que combater as mudanças climáticas deve ser uma prioridade para todos, independentemente da situação financeira. É crucial diminuir as emissões de carbono. Sem políticas rigorosas para reduzir essas emissões e uma infraestrutura robusta para lidar com os desafios climáticos, os problemas econômicos crescentes se tornarão incontroláveis.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41893-024-01430-7

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Lennart Quante, Sven N. Willner, Christian Otto, Anders Levermann. Global economic impact of weather variability on the rich and the poor. Nature Sustainability, 2024; DOI: 10.1038/s41893-024-01430-7
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