Potencial das árvores: caminho sustentável para químicos industriais mais verdes e eficientes
São PauloPesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte estão desenvolvendo formas de transformar árvores em fontes de produtos químicos industriais sustentáveis, oferecendo uma alternativa ao uso de petróleo. O foco central da pesquisa é a lignina, um polímero presente nas árvores que as torna resistentes e dificulta a sua decomposição para a produção de químicos. Utilizando a tecnologia de edição genômica CRISPR para modificar a lignina, eles buscam criar métodos mais eficientes para a produção de químicos.
Principais destaques da pesquisa incluem:
- Emprego de CRISPR para criar árvores de choupo com conteúdo de lignina modificado.
- Descoberta de que uma menor quantidade de metoxila na lignina facilita a fermentação microbiana.
- Potencial para microrganismos geneticamente modificados processarem essas árvores de forma mais sustentável.
Transformar madeira em produtos químicos geralmente exige muitos tratamentos físicos e químicos, o que não é muito eficiente em termos de energia. Esse processo utiliza uma grande quantidade de produtos químicos para decompor a madeira. Pesquisadores da NC State estão desenvolvendo um método biológico para tornar esse procedimento mais sustentável.
A utilização de bactérias termofílicas oferece grandes oportunidades. Estas bactérias sobrevivem a altas temperaturas, eliminando a necessidade de ambientes estéreis. Isso simplifica o processo e o torna mais alinhado com os métodos industriais tradicionais.
O destaque dado às árvores de álamo é bastante estratégico. Essas árvores crescem rapidamente, requerem poucos pesticidas e podem ser cultivadas em terras de baixa qualidade, inadequadas para culturas alimentares. Isso contribui para evitar o uso de terras necessárias para a produção de alimentos, promovendo uma maneira sustentável de gerar biomassa. O teste de álamos modificados em campos será crucial para descobrir como eles podem ser empregados e ampliados na prática.
Esta pesquisa nos aproxima de um processo comercial eficaz que também aborda importantes questões ambientais. Ao utilizar menos petróleo, oferece uma solução concreta para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. À medida que as empresas reconhecem os benefícios econômicos e ecológicos, podemos em breve observar uma tendência em direção à produção de químicos a partir de fontes biológicas. Essa mudança atenderia não apenas às demandas industriais, mas também contribuiria para a proteção do meio ambiente.
Cientistas avançam na compreensão do funcionamento da lignina em plantas, o que pode abrir novas possibilidades para o uso da engenharia genética na ciência vegetal. Ao alterar certas características das plantas, é possível tornar a biomassa mais útil para diversas finalidades. Isso destaca a conexão essencial entre biotecnologia, ciência ambiental e indústria na criação de soluções sustentáveis.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1126/sciadv.adq4941e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Ryan G. Bing, Daniel B. Sulis, Morgan J. Carey, Mohamad J. H. Manesh, Kathryne C. Ford, Christopher T. Straub, Tunyaboon Laemthong, Benjamin H. Alexander, Daniel J. Willard, Xiao Jiang, Chenmin Yang, Jack P. Wang, Michael W. W. Adams, Robert M. Kelly. Beyond low lignin: Identifying the primary barrier to plant biomass conversion by fermentative bacteria. Science Advances, 2024; 10 (42) DOI: 10.1126/sciadv.adq4941Compartilhar este artigo