Enviado da ONU defende exclusão de mulheres afegãs de reunião crítica

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Por Chi Silva
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Mesa de conferência vazia com a bandeira do Afeganistão e a bandeira da ONU.

São PauloEnviado da ONU justifica exclusão de mulheres afegãs em reunião com o Talibã

A enviada das Nações Unidas defendeu a decisão de não incluir mulheres afegãs em uma reunião com o Talibã no Catar. A ex-presidente do Quirguistão, Roza Otunbayeva, confirmou que nenhuma mulher afegã estará presente. Ela enfatizou que essa escolha não foi influenciada por fatores externos.

Agnes Callamard, líder da Anistia Internacional, criticou a exclusão. Segundo ela, a reunião perde credibilidade ao ignorar a crise de direitos humanos e não incluir defensoras dos direitos humanos das mulheres afegãs.

A líder da ONU, Rosemary DiCarlo, conduzirá a reunião. Também estarão presentes Otunbayeva e várias mulheres que atuam como enviadas especiais ao Afeganistão. Este será o terceiro encontro da ONU sobre a crise afegã em Doha.

Pontos importantes a serem destacados:

  • O Talibã não foi convidado para a primeira reunião.
  • Eles impuseram condições inaceitáveis para a segunda reunião.
  • A delegação do Talibã estará presente no próximo encontro.

Os Talibãs seguem regras rígidas do Islã, proibindo meninas de irem à escola após os 11 anos, vetam a presença de mulheres em locais públicos e impedem-nas de exercerem diversas profissões. Além disso, estipulam normas de vestimenta e exigem que as mulheres tenham um guardião masculino.

Otunbayeva mencionou que a reunião abordará temas importantes como negócios privados, setor bancário e política de drogas. Ela ressaltou que essas questões também afetam as mulheres. Os enviados comunicarão ao Talibã que as mulheres devem participar dessas discussões.

Otunbayeva afirmou que mais de 30% dos dependentes químicos no Afeganistão são mulheres. Ela também deseja que o Talibã e seus representantes discutam seriamente o futuro do país. A ONU realizará outra reunião ainda este ano para debater os impactos das mudanças climáticas no Afeganistão.

Lisa Doughten, do escritório humanitário das Nações Unidas, afirmou que as mudanças climáticas estão agravando a situação do Afeganistão. Ela explicou que mais da metade da população, cerca de 23,7 milhões de pessoas, necessita de ajuda. O clima extremo está se tornando mais frequente e algumas regiões estão significativamente mais quentes desde 1950. O Afeganistão enfrenta mais secas e enchentes repentinas perigosas.

A ONU pretende criar grupos de trabalho a partir da reunião em Doha. Esses grupos irão auxiliar os agricultores a cultivar plantas diferentes das papoulas usadas para a produção de ópio. Além disso, buscarão fornecer medicamentos para ajudar as pessoas viciadas em drogas e melhorar o setor bancário e empresarial.

Otunbayeva ressaltou a importância da educação para as meninas. Ela destacou que o Afeganistão é o único país entre os 57 membros da Organização para a Cooperação Islâmica que impede as meninas de irem à escola. Otunbayeva classificou essa situação como muito preocupante.

Doughten afirmou que a proibição de meninas frequentarem a escola está resultando em mais casamentos infantis e gravidezes precoces, o que traz consequências graves para a saúde, o emocional e a situação financeira delas. Além disso, há relatos de um aumento nas tentativas de suicídio entre mulheres e meninas.

Otunbayeva busca transformar o Afeganistão, um país onde os homens detêm a maior parte do poder. Seu objetivo é mudar a percepção dos jovens sobre os papéis das mulheres na sociedade.

A próxima reunião abordará questões cruciais mesmo com a situação difícil.

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