Traços que definem a sabedoria percebida globalmente: reflexão e empatia socioemocional

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Por João Silva
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Amanhecer sobre montanhas com luz radiante e árvores

São PauloPesquisadores têm investigado quais características fazem com que as pessoas pareçam sábias. Um estudo recente da Universidade de Waterloo apresenta novas descobertas. A sabedoria não se resume apenas a ter muito conhecimento ou ser extremamente inteligente. O estudo destaca dois traços fundamentais que moldam a nossa percepção de sabedoria em todo o mundo: a capacidade de reflexão e a compreensão social e emocional.

O pensamento reflexivo envolve raciocínio lógico, controle emocional e utilização eficaz dos conhecimentos adquiridos.

Consciência socioemocional significa:

  1. Ser atencioso com as emoções dos outros
  2. Perceber a dinâmica social ao seu redor

Estudos demonstraram que esses dois traços são comuns em muitas culturas e regiões. Isso é interessante porque significa que as pessoas valorizam a sabedoria de maneira semelhante, mesmo que suas culturas sejam diferentes. Pensar com cautela é frequentemente considerado mais importante, especialmente para os líderes. Se uma pessoa não pensa de forma lógica, sua capacidade de se conectar com os outros não compensará isso.

Este estudo examina como podemos avaliar e apoiar líderes, professores e cientistas. Por exemplo, no debate presidencial dos EUA de 2024, muitas pessoas acharam que ambos os candidatos não demonstraram profundidade em suas reflexões. No entanto, Donald Trump foi frequentemente visto como o vencedor devido às suas habilidades sociais mais fortes. Por outro lado, Joe Biden foi considerado bem-intencionado, mas não tão mentalmente ágil.

Quando pessoas de diferentes culturas se encontram, isso nos leva a refletir cuidadosamente sobre os líderes que apoiamos e os professores em quem confiamos. É essencial equilibrar essas características, mas muitas vezes o pensamento reflexivo guia nossas escolhas.

A pesquisa revelou que muitas pessoas se veem como menos reflexivas em comparação àquelas que consideram sábias. No entanto, elas não se sentem tão desconfortáveis em relação à sua consciência social e emocional. Isso sugere que as pessoas acham mais fácil reconhecer suas habilidades sociais e emocionais do que suas capacidades intelectuais.

Compreender esses conceitos básicos auxilia em muitas áreas, como liderança, educação e comunicação intercultural. Faz-nos refletir não apenas sobre quem parece ser sábio, mas por que os consideramos sábios. Isso pode influenciar a formação de futuros líderes e professores ao valorizar tanto o raciocínio lógico quanto as habilidades socioemocionais, buscando um equilíbrio no desenvolvimento da sabedoria.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-50294-0

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

M. Rudnev, H. C. Barrett, W. Buckwalter, E. Machery, S. Stich, K. Barr, A. Bencherifa, R. F. Clancy, D. L. Crone, Y. Deguchi, E. Fabiano, A. D. Fodeman, B. Guennoun, J. Halamová, T. Hashimoto, J. Homan, M. Kanovský, K. Karasawa, H. Kim, J. Kiper, M. Lee, X. Liu, V. Mitova, R. B. Nair, L. Pantovic, B. Porter, P. Quintanilla, J. Reijer, P. P. Romero, P. Singh, S. Tber, D. A. Wilkenfeld, L. Yi, I. Grossmann. Dimensions of wisdom perception across twelve countries on five continents. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-50294-0
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