Os desafios e benefícios dos chatbots de IA na medicina: um estudo da TUM

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Alex Morales
- em
Chatbot de IA interagindo com equipamentos médicos no hospital.

São PauloModelos de linguagem avançados como o ChatGPT conseguem passar em exames médicos com facilidade. No entanto, sua utilização para diagnosticar pacientes reais em hospitais apresenta riscos. Eles tendem a fazer diagnósticos rápidos e não seguem diretrizes médicas. Pesquisadores da Universidade Técnica de Munique (TUM) examinaram se chatbots de IA poderiam ser aplicados na prática clínica.

Os pesquisadores utilizaram o modelo de linguagem de código aberto Llama 2 para simular o processo desde a sala de emergência até o tratamento. Utilizando dados anônimos de pacientes de uma clínica dos EUA, selecionaram 2400 casos de pacientes com dor abdominal. A IA teve a tarefa de decidir quais exames solicitar e, em seguida, elaborar o diagnóstico e o plano de tratamento.

Descobertas:

  • Os modelos de IA nem sempre solicitavam todos os testes necessários.
  • A precisão diminuía à medida que dispunham de mais informações.
  • A IA frequentemente ignorava as diretrizes de tratamento.
  • Os diagnósticos variavam conforme a ordem de recebimento das informações.

Comparação entre IA e Médicos Revela Diferenças Significativas na Precisão

Ao comparar com médicos reais, a inteligência artificial não teve um desempenho tão bom. Os médicos acertaram em 89% das vezes, enquanto o melhor modelo de IA foi preciso apenas 73% das vezes. Em alguns diagnósticos, como a inflamação da vesícula biliar, a IA acertou apenas em 13% dos casos.

Os pesquisadores não testaram modelos de IA comerciais como o ChatGPT ou a IA do Google devido a problemas com a proteção de dados. Além disso, hospitais necessitam de modelos que possam ser controlados e mantidos seguros, algo que os modelos de código aberto oferecem. Avaliar modelos comerciais de forma justa é complicado sem conhecer os dados nos quais eles foram treinados.

IA na Medicina: Um Futuro Promissor

A inteligência artificial para diagnósticos médicos está avançando rapidamente. O Prof. Daniel Rückert da TUM acredita que essa tecnologia pode ser útil para os médicos no futuro. Ela pode auxiliar nas discussões de casos, mas não substituirá os profissionais tão cedo. É fundamental que os hospitais utilizem modelos de código aberto para garantir a segurança e o controle dos dados dos pacientes.

Chatbots de IA: O Futuro da Medicina

Os chatbots de inteligência artificial podem ser bastante úteis na medicina, mas ainda não estão preparados. Eles precisam de mais testes e ajustes. Atualmente, eles são capazes de auxiliar em trabalhos acadêmicos e dar suporte aos médicos, mas não podem realizar diagnósticos finais. A tecnologia de IA está avançando rapidamente, e é provável que os chatbots melhorem nos próximos anos.

Médicos precisam de ferramentas confiáveis. Até que a IA comprove ser tão segura quanto os médicos humanos, ela não deve tomar decisões importantes sozinha. Pesquisadores estão criando ambientes para testar esses modelos e aprimorá-los. No entanto, os hospitais devem usar apenas IA que compreendam plenamente e controlem.

Embora chatbots de IA mostrem potencial, ainda não estão prontos para serem usados em hospitais. Eles precisam de mais pesquisa, melhor treinamento de dados e normas mais rigorosas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41591-024-03097-1

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Paul Hager, Friederike Jungmann, Robbie Holland, Kunal Bhagat, Inga Hubrecht, Manuel Knauer, Jakob Vielhauer, Marcus Makowski, Rickmer Braren, Georgios Kaissis, Daniel Rueckert. Evaluation and mitigation of the limitations of large language models in clinical decision-making. Nature Medicine, 2024; DOI: 10.1038/s41591-024-03097-1
Inteligência Artificial: Últimas notícias

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário