Exame de sangue revolucionário aperfeiçoa tratamento e detecção de câncer

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Por João Silva
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Amostra de sangue microscópio fio de DNA detecção de células cancerígenas.

São PauloPesquisadores da Universidade de Zurique e do Hospital Universitário de Zurique desenvolveram um novo exame de sangue para auxiliar nos tratamentos contra o câncer. Esse teste utiliza a biópsia líquida, o que significa que analisa amostras de sangue em vez de órgãos ou tecidos. O método envolve o sequenciamento e a análise de fragmentos de DNA encontrados no sangue dos pacientes.

Principais benefícios desta nova abordagem:

  • Menos invasivo que biópsias de tecido
  • Mais rápido e prático em ambientes hospitalares
  • Diminui o número de intervenções diagnósticas
  • Possibilidade de detecção precoce da recorrência do câncer

Esta técnica auxilia os médicos a avaliar de forma mais eficaz diferentes tratamentos e acompanhar a eficácia deles. De acordo com Zsolt Balázs, do Departamento de Biomedicina Quantitativa da UZH, ela pode ser aplicada à maioria dos tipos de tumores.

Médicos agora utilizam imagens e métodos que exigem a coleta de amostras de tecido para verificar a presença de câncer. Mas esse novo método utiliza amostras de sangue, tornando o processo mais rápido e fácil. Isso também significa que os pacientes precisam de menos consultas, reduzindo o tempo de espera pelos resultados.

O método de biópsia líquida é capaz de detectar com precisão a atividade de um tumor e a sua extensão. Isso permite aos médicos personalizar os tratamentos para cada paciente. Segundo Zsolt Balázs, agora é possível observar mais rapidamente o crescimento do câncer e a resposta do paciente ao tratamento, incluindo a identificação de possíveis recidivas.

Pesquisadores analisaram amostras de sangue em laboratório para verificar fragmentos de DNA em busca de sinais de cânceres específicos. Eles observaram alterações no número e no comprimento desses fragmentos. Panagiotis Balermpas, professor do Departamento de Radioterapia do USZ, afirmou que esse método pode distinguir entre câncer metastático menos agressivo e mais agressivo. Além disso, pode detectar câncer agressivo em estágio mais precoce do que as tecnologias de imagem atuais.

O método foi testado em pacientes submetidos à radioterapia, incluindo alguns com tumores positivos para HPV. O papilomavírus humano, conhecido como HPV, pode levar ao câncer. Ao medir a quantidade de DNA de HPV no sangue, os pesquisadores puderam monitorar o crescimento do tumor. Em casos de câncer de cabeça e pescoço, descobriram que níveis mais altos de DNA de HPV podem sinalizar uma recidiva precoce do câncer, que poderia ser tratada com imunoterapia.

Quando um tumor se espalha, a qualidade de vida do paciente piora. Se as recorrências locais não são detectadas precocemente, a qualidade de vida do paciente também se deteriora. Panagiotis Balermpas destaca que o tratamento deve ser individualizado. É crucial avaliar todos os benefícios da terapia e seus impactos na qualidade de vida do paciente.

Este novo método de exame de amostras de sangue representa um grande avanço no tratamento do câncer. É menos doloroso, mais rápido e mais preciso, permitindo que os médicos acompanhem e ajustem os tratamentos com mais eficácia. Isso resulta em um atendimento de melhor qualidade para os pacientes.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.radonc.2024.110364

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Zsolt Balázs, Panagiotis Balermpas, Ivna Ivanković, Jonas Willmann, Todor Gitchev, Asher Bryant, Matthias Guckenberger, Michael Krauthammer, Nicolaus Andratschke. Longitudinal cell-free DNA characterization by low-coverage whole-genome sequencing in patients undergoing high-dose radiotherapy. Radiotherapy and Oncology, 2024; 197: 110364 DOI: 10.1016/j.radonc.2024.110364
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