Cientistas descobrem chave cerebral para controle absoluto da urina em estudo com camundongos
São PauloCientistas descobriram células cerebrais importantes em camundongos que ajudam a controlar a micção. Essas células, chamadas de neurônios expressando receptor de estrogênio 1 (ESR1+), estão localizadas em uma parte do cérebro conhecida como núcleo de Barrington, dentro do centro pontino de micção (PMC). Essa descoberta amplia nosso entendimento sobre como o cérebro gerencia o controle da bexiga.
O estudo destaca diversos resultados relevantes:
Neurônios PMC ESR1+ são responsáveis por coordenar a contração da bexiga e o relaxamento do esfíncter. Essas células podem influenciar separadamente tanto a bexiga quanto o esfíncter. A ativação desses neurônios resulta em esvaziamento completo da bexiga com precisão total.
Urinar é mais complexo do que parece. É necessário haver coordenação entre o músculo detrusor da bexiga e o esfíncter externo da uretra. Normalmente, essas partes trabalham juntas para armazenar e liberar a urina de maneira adequada. No entanto, problemas na comunicação entre elas podem levar a distúrbios urinários, afetando a qualidade de vida da pessoa. Este estudo oferece novas informações sobre o papel do cérebro no controle desses processos.
Compreender a função dos neurônios PMC ESR1+ pode levar a avanços médicos significativos. Os cientistas podem desenvolver tratamentos para problemas urinários causados por lesões no cérebro ou na medula espinhal ao focar nesses neurônios específicos. Essa abordagem pode ajudar as pessoas a recuperarem o controle da bexiga, melhorando consideravelmente sua qualidade de vida ao reduzir os impactos sociais e psicológicos da incontinência urinária.
Este estudo pode contribuir para a medicina ao tornar os planos de tratamento mais personalizados. Os tratamentos atuais para a bexiga não são muito específicos e podem causar efeitos colaterais. Ao focar nos neurônios identificados nesta pesquisa, os médicos podem desenvolver tratamentos mais eficazes e com menos efeitos negativos.
Estudo abre caminho para novas pesquisas sobre o funcionamento dos neurônios e possíveis tratamentos. A compreensão dos receptores de estrogênio auxilia no controle da bexiga e pode também revelar como receptores semelhantes afetam outras funções do corpo. Com o avanço das pesquisas cerebrais, esses achados podem levar a melhorias significativas na saúde e bem-estar.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.7554/eLife.103224.1e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Xing Li et al. Brainstem neurons coordinate the bladder and urethra sphincter for urination. eLife, 2024 DOI: 10.7554/eLife.103224.1Compartilhar este artigo